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Queiroga: é preciso analisar eficácia de remédios aprovados na Anvisa

Coquetel de medicamentos para uso hospitalar no tratamento contra a Covid-19 foi aprovado de forma emergencial nesta terça-feira (20/4)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Coletiva de imprensa do comitê de combate a covid no plácio do planalto ministro marcelo queiroga
1 de 1 Coletiva de imprensa do comitê de combate a covid no plácio do planalto ministro marcelo queiroga - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que é necessário avaliar a segurança e a eficácia do coquetel de medicamentos para tratar a Covid-19, que teve uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (20/4).

Os medicamentos casirivimabe e imdevimabe são produzidos pela empresa Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos. A documentação com o pedido foi entregue no começo do mês.

Queiroga pontuou que o uso de tecnologias para o combate ao coronavírus deve ser avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), o Conitec. O titular da pasta afirmou que a análise pela comissão é um pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Naturalmente, há uma determinação do presidente da República para todas as inovações serem analisadas pelo setor competente. Vale dizer que é um registro emergencial, é necessário se avaliar a questão da segurança, da eficácia, da efetividade e critérios para incorporação de medicamentos ao SUS”, disse Queiroga.

O ministro também afirmou que é preciso “analisar o impacto orçamentário” que a implementação do coquetel irá causar ao sistema de saúde.

Queiroga também insistiu no discurso de que as evidências científicas devem ser levadas em consideração no momento de crise sanitária que o país enfrenta.

“Em um momento em que se clama por evidência científica, por medicina baseada em evidência, as condutas têm que ser tomadas com base nelas. A Conitec completou 10 anos na semana passada, é um patrimônio do povo brasileiro, porque é quem faz análises técnicas para as inclusões no rol de procedimentos do SUS. Isso precisa ser analisado do ponto de vista técnico”, concluiu.

Uso hospitalar

Segundo a Anvisa, o uso dos medicamentos será restrito a hospitais e só poderá ser adotado em pacientes acima de 12 anos que possuam mais de 40 kg.

Os estudos mostram que o uso do coquetel reduziu em 70,4% o tempo de internações e o número de mortes em pacientes ambulatoriais sintomáticos. Segundo o laboratório, a medicação funcionaria como um coquetel de anticorpos.

“O uso reduziu a carga viral, o que é um achado importante. O perfil de segurança também teve boa aceitação”, explica Gustavo Mendes, gerente da Gerência-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa.

O medicamento foi autorizado para uso emergencial pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, após apresentar resultados satisfatórios em pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19. O mesmo ocorreu em países europeus.

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