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“Quebro na porrada”: veja quem é homem que pisoteou cabeça de zelador

Com discurso violento, autor de agressão ocorrida em Goiânia (FO) já responde por crimes parecidos, como desmaiar parente de ex com soco

atualizado

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alan socos pesada agrediu zelador aparecida de goiania (4)
1 de 1 alan socos pesada agrediu zelador aparecida de goiania (4) - Foto: Reprodução

A polícia identificou o homem de cabeça raspada que agrediu de forma brutal um zelador em Goiânia (GO) no último dia 22/9. De comportamento violento, ele já foi acusado em outras ocasiões por agressão, perseguição, violência doméstica e até estupro.

O homem sem camisa, cabeça raspada e shorts que aparece em um vídeo socando, chutando e pisoteando a cabeça do zelador Gilvane Batista Silva, de 42 anos, é Alan Messias Fernandes Oliveira, de 31. A agressão foi repentina e sem explicação, e só foi contida quando moradores ajudaram a vítima. “Ele ia me matar”, relatou o zelador ao Metrópoles no dia seguinte.

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Alan chegou a ser detido pela PM nesta quarta (28/9) e foi levado até a delegacia, mas não continuou preso porque não havia mandado de prisão ou flagrante. Segundo a delegada Myrian Vidal, que investiga o caso, Alan alegou que tem bipolaridade e que dormia na rua, embora tivesse família.

Veja o vídeo:

Histórico violento

Acontece que Alan já é conhecido da polícia e do Judiciário por causa de seu comportamento agressivo. Em suas redes sociais, ele inclusive exalta a violência.

“Se não for de revólver, eu quebro na porrada”, escreveu ele em sua conta no Instagram, quatro dias depois de deixar Alan com o nariz quebrado, cheio de hematomas na cabeça e cortes no rosto. O texto é um trecho do funk proibidão Rap das Armas.

Desmaiou com um soco

Uma ex-ficante de Alan, que a reportagem optou por não revelar o nome, relatou para a polícia que foi perseguida por ele, quando terminou um relacionamento de duas semanas, que havia começado pela internet. Ela decidiu acabar ao ver as redes sociais dele e os antecedentes criminais.

Segundo testemunhas, em setembro de 2020, Alan chegou repentinamente na casa da ex, onde acontecia uma confraternização policial. Ele agrediu um parente da mulher usando um soco inglês com um punhal embutido. O homem desmaiou ao levar um soco, de acordo com depoimentos no processo.

Em seguida, Alan “agrediu brutalmente os familiares da vítima”, segundo boletim de ocorrência. O agressor só foi contido depois que vizinhos ouviram a gritaria e o expulsaram na base da pedrada. Ele correu, mas acabou preso em flagrante por policiais que passavam na região.

Enquanto era algemado, Alan teria gritado coisas como: “Vagabunda, mentirosa, puta safada. Eu vou voltar e você ainda vai se fuder”.

Socos sem explicação

Um mês antes de espancar o zelador, Alan foi acusado de ter espancado outra pessoa de forma repentina. Em agosto deste ano, um homem disse que foi agredido em uma barbearia de Goiânia.

“A vítima revelou que as agressões se deram sem motivo algum e que teria sido agredido de graça, não encontrando explicação para o ocorrido”, diz trecho do boletim de ocorrência.

O homem agredido procurou a delegacia e fez exame de corpo de delito para comprovar o crime. Em aparente retaliação à denúncia, Alan voltou até a barbearia no dia seguinte e voltou a agredir a mesma vítima, que revidou. A polícia chegou e acabou com a confusão, prendendo Alan na ocasião.

Registros do Judiciário nos processos criminais contra Alan mostram que ele também já foi acusado por dano ao patrimônio, ameaça e lesão corporal. Em um processo que tramita em segredo de justiça, ele é suspeito de ter praticado um estupro em 2021.

Estranho

A delegada Myrian Vidal conversou com Alan no dia que ele foi conduzido até a delegacia. Ela relatou coisas desconexas sobre o dia da agressão contra o zelador.

Primeiro ele disse que a vítima teria xingado ele, mas quando a investigadora disse que não houve isso, ele afirmou que possivelmente foi outro dia que alguém o xingou. Alan também não soube explicar o que fazia na rua sem camisa naquele horário e local, dizendo que “talvez estava fazendo exercício”.

A delegada disse que todas as testemunhas já foram ouvidas e que vai aguardar o laudo com as lesões na vítima para definir a tipificação do crime e concluir o inquérito. Ela disse que ainda não é possível dizer se o caso será classificado como tentativa de homicídio ou não.

No mesmo dia em que foi levado até a delegacia, Alan escreveu em sua página no Instagram: “Seis pode me deixa morrer lá naquela jaula, mesmo assim seis não me alcança”.

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