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Procurador e OAB afirmam que reitor encontrado morto foi injustiçado

Luiz Carlos Cancellier teria sido vítima de abuso de autoridade, segundo o chefe da Procuradoria-Geral de Santa Catarina

atualizado

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Divulgação/Assembleia Legislativa de Santa Catarina
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1 de 1 reitor1 - Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa de Santa Catarina

O procurador-geral de Santa Catarina, João dos Passos Martins Neto, lamentou a morte do reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, cujo corpo foi encontrado nesta segunda-feira (2/10) no Beiramar Shopping, em Florianópolis. A principal suspeita é de que Luiz Carlos tenha cometido suicídio.

Em nota, o procurador pediu que o caso seja investigado e afirmou que o colega foi vítima de abuso de autoridade.

“A tragédia de sua partida ocorre sob condições revoltantes. As informações disponíveis indicam que Cancellier padeceu sob o abuso de autoridade, seja em relação ao decreto de prisão temporária contra si expedido, seja em relação à imposição de afastamento do exercício do mandato, causas eficientes do dano psicológico que o levaram a tirar a própria vida. Por isso, respeitado o devido processo legal, é indispensável a apuração das responsabilidades civis, criminais e administrativas das autoridades policiais e judiciárias envolvidas”, disse Martins Neto.

Luiz Carlos Cancellier de Olivo foi preso em 14 de setembro na Operação Ouvidos Moucos, acusado de tentar obstruir investigações internas na universidade sobre irregularidades na aplicação de recursos para o Ensino a Distância (EaD).

A Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC) também emitiu uma nota de pesar e afirmou que o reitor foi tratado com injustiça. A instituição criticou a forma como as prisões preventivas são feitas no país.

“É chegada a hora da sociedade brasileira e da comunidade jurídica debaterem seriamente a forma espetacular e midiática como são realizadas as prisões provisórias no Brasil, antes sequer da oitiva dos envolvidos, que dirá da sua defesa”, lamentou a OAB.

 

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