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Presidente do BNDES é alvo de busca e apreensão e depõe na PF

Ação se deu no âmbito de operação deflagrada nesta quarta para investigar desvios no fundo de pensão dos funcionários dos Correios

atualizado

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Fernando Frazão/Agência Brasil
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1 de 1 1079136-fernfraz_abr_img_20170601_174600-840×559 - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quinta-feira (31/1). A ação da PF contra o presidente do banco público se deu no âmbito da operação Pausare, que investiga desvios no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis.

Após a PF chegar à sua residência, Rabello de Castro se dispôs de forma espontânea a ir até a sede da PF, em Brasília, onde prestou depoimento aos investigadores do caso. O motivo da busca e apreensão contra o executivo foi o apontamento, em relatórios de órgãos de controle, da atuação da SR Rating – uma empresa de classificação de riscos — em investimentos suspeitos do Postalis. Rabello de Castro foi um dos fundadores e trabalhou na empresa antes de assumir o comando do IBGE e, posteriormente, do BNDES.

O estado apurou que, em relação a Rabello de Castro, a investigação ainda está no início e que a medida cautelar de busca e apreensão e o posterior depoimento dele tiveram como objetivo esclarecer sua atuação da SR Rating e aprofundar a apuração sobre sua relação com o Postalis.

A operação Pausare foi deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo os investigadores, a operação é consequência de um conjunto de auditorias de órgãos de controle encaminhados ao MPF, que “identificaram má gestão, irregularidades e impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis.”

Desde a manhã desta quinta-feira, 62 equipes policiais cumprem mais de 100 mandados judiciais no Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Alagoas. Entre os alvos, estão o ex-presidente do Postalis, Alexej Predtechensky, e o empresário Milton Lyra, apontado como operador do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Em nota, o MPF afirma que a atuação do grupo criminoso no Postalis “consistiria no desvio sistemático dos recursos garantidores dos planos de benefícios dos empregados dos Correios para favorecer dirigentes do fundo de pensão, empresas de avaliação de risco, instituições financeiras, gestores, administradores de fundos de investimentos, agentes e empresários que recebem as aplicações”.

“A operação é um desdobramento das investigações realizadas em três inquéritos instaurados para apurar irregularidades que teriam ocorrido no Postalis. A suspeita de que haveria problemas na administração partiu da constatação de que os investimentos fracassados realizados pelos administradores do Postalis nos últimos anos causaram prejuízos que geraram um forte impacto negativo no resultado geral do fundo de pensão”, afirmou em nota o MPF.

Entre os investimentos investigados estão a aplicação de aproximadamente R$ 223,4 milhões no Fundo de Investimento em Participações (FIP) ETB, que envolvia o projeto Nova Bolsa; as emissões de Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) da Mudar Master II Participações S/A, adquiridas no valor total de RS109,8 milhões e o investimento de R$ 190 milhões na FIP Bionergia, vinculado ao Grupo Canabrava.

Procurada a PF afirmou que não divulga os nomes de alvos da operação uma vez que o procedimento corre sob sigilo. A reportagem aguarda resposta da assessoria do BNDES sobre o assunto.

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