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Presidente da CPI das Fake News está entre parlamentares que receberam verba extra

Estadão teve acesso a uma planilha informal de liberação de recursos para parlamentares que declaram apoio aos candidatos do governo

atualizado

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Waldemir Barreto/Agência Senado
coronel
1 de 1 coronel - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O Palácio do Planalto liberou R$ 3 bi em obras a 285 parlamentares em meio às eleições no Congresso, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, que teve acesso a uma planilha informal com os nomes dos beneficiados. Um deles é o presidente da CPI que investiga fake news que beneficiariam Bolsonaro, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD).

O parlamentar teve aval para direcionar R$ 40 milhões de recursos extras do orçamento a obras em seu reduto eleitoral. Na próxima segunda-feira (1/2), Câmara e Senado elegem presidentes. Tanto Coronel quanto o PSD declararam apoio a candidatos defendidos por Jair Bolsonaro – Arthur Lira (Progressistas-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado.

O partido do qual Coronel faz parte recebeu a maior fatia do bolo disponibilizado pelo governo às vésperas das eleições no legislativo, segundo o Estadão. Foram R$ 600 milhões, 20% dos R$ 3 bilhões.

“Na lista dos parlamentares do partido que puderam indicar recursos, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito aparece entre os quatro mais contemplados. A pedido dele, o governo já destinou R$ 30 milhões para obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e outros R$ 10 milhões a ações do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs)”, afirma a reportagem.

Em sua defesa, o senador disse que não há qualquer relação entre o direcionamento de recursos e as eleições do Congresso. “É minha obrigação, como parlamentar, correr atrás de obras para o meu estado. É normal, mas, em nenhum momento, foi em troca de votação”, disse à publicação.

Coronel alegou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), teria intermediado a garantia desse repasse. “É quem assumia, tocava e solicitava e intermediava junto aos ministérios para atender aos pleitos dos parlamentares. A gente fala que precisa de ajuda nos municípios tais, tais e tais, e ele diz que vai ver e encaminhar. Isso aí, desde quando ele assumiu o Senado, tinha esse papel, que deveria ser até dos líderes, mas ele é quem fazia essa intermediação”, afirmou.

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