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Prefeitura do Rio suspende divulgação de índice de isolamento social

No dia 22 de março, o percentual registrado era de 50% de moradores da Capital que estavam em casa por causa das novas medidas de restrições

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Aline Massuca/Metrópoles
Cariocas e turistas ignoram medidas restritivas e permanecem nas areias das praias do Rio
1 de 1 Cariocas e turistas ignoram medidas restritivas e permanecem nas areias das praias do Rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – Desde que foi declarada a pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, a principal recomendação das autoridades sanitárias para conter a expansão do vírus é que as pessoas mantenham o isolamento social, usando máscaras e lavando as mãos durante todo o tempo. Neste momento, em que o Brasil vive a pior situação epidemiológica causada pela Covid-19, o Rio de Janeiro ainda trabalha para que seus indicadores de isolamento social reflitam que as recomendações estão sendo seguidas.

Nesta segunda-feira, a Prefeitura do Rio pediu ao Cyberlabs, que mede o índice de isolamento, para suspender a divulgação das informações. No dia 22 de março, o percentual registrado era de 50% de moradores da Capital que estavam em casa.

“É muito triste ver que as pessoas estão morrendo e que os bares continuam cheios, que os transportes públicos seguem abarrotados de pessoas sem máscaras e que há gente isolada com medo de morrer por falta de vagas em hospitais. Se todos respeitassem, talvez não precisássemos de feriadões ou recessos para tentar garantir a vida das pessoas”, avalia a pedagoga Jeane Moreira, referindo-se ao período de 10 dias da pausa emergencial decretada pelo governo estadual.

Na cidade do Rio, o índice de isolamento social, que no dia 15 de março era de 19%, aumentou no dia 22 para 50%, com a decisão de proibir a permanência nas praias. O índice revela, a partir da circulação de pessoas flagradas por câmeras de segurança, o quanto aumentou ou diminuiu a quantidade de pessoas nas ruas, tendo como base os registros do trânsito de pessoas em dias úteis antes das primeiras restrições, em março do ano passado.

A análise, semanal, era divulgada sempre às segundas-feiras úteis no blog da empresa (blog.cyberlabs.ai) e revelava que em períodos de festas populares, como o Carnaval e o Réveillon, o desrespeito é maior, seguido de aumento nos indicadores hospitalares e epidemiológicos, como aumento de internações, casos confirmados e óbitos.

A Cyberlabs informou ainda que “tão logo que os ajustes na plataforma sejam concluídos, os dados serão disponibilizados novamente”.

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A expectativa é de que o índice seja ainda maior nesta semana, quando novas regras, mais rígidas, estão em vigor. De acordo com o último levantamento, a taxa de isolamento foi de 68% na Barra da Tijuca, 66% no Centro, 53% em Copacabana, 52% em Ipanema/Leblon, 38% na Tijuca e 21% em Botafogo. O resultado, no entanto, não foi divulgado.

O Centro de Operações Rio informou que pediu ajustes na medição, mas não explicou o motivo de ter suspendido a divulgação do indicador exatamente no momento em que o recesso sanitário foi decretado e que a cidade vive seu pior momento na pandemia, com ocupação de leitos intensivos acima dos 90% e fila de pacientes aguardando por leitos aumentando diariamente.

Como surgiu o monitoramento

Os indicadores vêm sendo produzidos pela Cyberlabs, organização que firmou parceria com a Prefeitura do Rio no fim de 2019 e atua junto ao Centro de Operações Rio. Os dados são coletados a partir de inteligência artificial para identificar, através das câmeras de videomonitoramento da cidade, sem identificação individual de pedestres, a aglomeração de pessoas em locais externos, em tempo real.

Deste modo, é possível identificar a vulnerabilidade dos bairros, emitir alertas de situações de desrespeito ao distanciamento social e gerar sugestões de alocação de serviços essenciais como segurança e saúde nestas áreas, a fim de conter a propagação da Covid-19.

A Cyberlabs conta com mais de 3 mil câmeras de videomonitoramento ligadas à plataforma e, parte delas, captura imagens externas. No Rio de Janeiro, são aproximadamente 800 câmeras entre parceiros comerciais e públicos – a maior parte delas dedicadas à identificação de aglomerações.

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“Essa proposta é realmente sensacional. E pode nos ajudar a ter mais controle das restrições que devemos manter enquanto a vacinação não avança e alcança a todos. Manter a distância é, depois da vacina, o melhor ‘remédio’ para nos mantermos vivos”, avalia a pedagoga Jeane Moreira.

A Cyberlabs trabalha para ampliar este monitoramento e, para isso, empresas de segurança e condomínios que contem com videomonitoramento, captando áreas externas, podem se tornar parceiras do grupo, compartilhando os dados. De acordo com a organização, há carência de imagens nas zonas norte e oeste.

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