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Seis senadores gastaram R$ 200 mil com querosene para aviões

O valor total desembolsado é equivalente ao gasto de uma viagem de um Boing 777-200 do Rio de Janeiro a Paris, com 320 passageiros

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
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1 de 1 imagem colorida mostra plenário do senado federal - Metrópoles - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Seis senadores gastaram quase R$ 200 mil (R$ 197.032) com combustível para avião desde fevereiro de 2019 até o início do mês de dezembro. Em comparação com o preço médio do querosene de aviação no ano (R$ 2,21, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) as aeronaves foram abastecidas com 89.154,75 litros. Durante o mesmo período, os parlamentares também gastaram R$ 348.501,54 com passagens aéreas em voos comerciais.

Segundo levantamento do (M)dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, o parlamentar mais gastador foi Ciro Nogueira (PP-PI), responsável por 53,51% do valor total. Ele abasteceu 24 vezes e desembolsou R$ 105.438,09. Foram analisados os números atualizados pelo Senado Federal, mediante nota fiscal entregue pelos congressistas.

Na segunda posição do ranking dos mais gastadores está Wellington Fagundes (PL-MT), que desembolsou R$ 32.365,50. E, para fechar o pódio, José Maranhão (MDB-PB), com R$ 23.014,89. Os últimos da lista são o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que gastou R$ 22.886,67; Jayme Campos (DEM-MT), com R$ 8.841,60 e, no último lugar, Angelo Coronel (PSD-BA), R$ 4.485,25.

O valor total desembolsado pelos congressistas é equivalente, por exemplo, ao gasto de uma viagem do Rio de Janeiro a Paris, com 320 pessoas, em um Boing 777-200. O cálculo feito leva em consideração o FOM (Flight Operation Manual) do Boeing 777, caso ele pese 420 mil libras em uma altitude de 39.000 pés, a média de um voo de cruzeiro. Além disso, foi utilizada a densidade padrão do combustível, que é 0,8028 kg/litro.

As despesas com o combustível são custeadas pela cota parlamentar, cujos valores variam para cada estado da Federação, entre R$ 30 e R$ 44 mil. O benefício reúne as verbas indenizatórias, que incluem gastos com o gabinete e com o exercício legislativo, e as verbas de transporte aéreo.

Custos com passagens
De acordo com o levantamento, além do custo com aeronaves particulares, os senadores gastaram também com a emissão de bilhetes aéreos. Entre os seis parlamentares, o que mais gastou com viagens foi José Maranhão, com R$ 109.614,34. O mais “econômico” foi Ciro Nogueira, com R$ 58.792,37. Entre os dois senadores, por sua vez, está Wellington Fagundes, com R$ 68.930,42.

À reportagem, a assessoria de imprensa de Maranhão afirmou que “todos os gastos foram feitos legalmente, uma vez que os gastos com locomoção são previstos nas cotas parlamentares”. A equipe de Ciro Nogueira se limitou a dizer que ele precisa viajar pelo estado e há algumas localidades às quais voos comerciais não têm alcance.

A assessoria de imprensa de Wellington Fagundes afirmou, em nota enviada ao Metrópoles, que a cota utilizada está dentro do limite permitido e foi destinada para deslocamentos aéreos em trechos que não possuem oferta de voos regulares, “para cumprimento de agenda parlamentar”.

“O uso de sua aeronave (EMB-810 C – Seneca II) se faz necessário, visto que Mato Grosso (com 900 mil km quadrados de extensão) é um estado onde as distâncias entre alguns municípios podem superar  mil quilômetros”, escreveu.

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