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“Segurança”: GSI esconde custo da ida de Bolsonaro, de helicóptero, a pastelaria

No fim de maio, fora da agenda oficial, o presidente usou aeronave para ir comer pastel em uma lanchonete em Abadiânia

atualizado

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Reprodução/Redes Sociais
Jair Bolsonaro vai a lanchonete
1 de 1 Jair Bolsonaro vai a lanchonete - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general Augusto Heleno, se negou a fornecer dados sobre os custos do passeio que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez de helicóptero para comer pastel em uma lanchonete no município de Abadiânia no último dia 30 de maio, um sábado. A agenda não estava entre os compromissos oficiais do presidente.

O Metrópoles solicitou via Lei de Acesso à Informação (LAI) dados sobre o custo do deslocamento. O ministério ligado à Presidência da República alegou que não repassaria as informações pois elas poderiam colocar em risco a segurança de Jair Bolsonaro.

“[O GSI] não divulga informações que possam colocar em risco a segurança do presidente”, respondeu a pasta. “[Essas informações] ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição” de Bolsonaro.

A resposta também destacou que, “no caso específico do apoio com helicópteros, a origem do emprego desse meio aéreo remonta à década de 1950” e aponta que o uso dos equipamentos está “aquém do uso recomendado em função dos custos fixos que essas aeronaves geram”.

O Planalto também apontou que o presidente da República dispõe de meios de transporte colocados à sua disposição por força de legislação e justifica essa existência pela necessidade de “liberdade de ação” para “desempenho institucional de sua função, com a segurança e a agilidade exigidas”.

A reposta, porém, não explica como uma ida até uma lanchonete para comer um pastel no fim de semana se enquadra nesses quesitos.

Comparações

Mesmo sem explicitar o custo com o deslocamento até a pastelaria, o GSI fez comparações dos gastos do atual governo com helicópteros com aqueles de presidentes anteriores.

“O presidente Bolsonaro usou os helicópteros do GTE-3 em média anual 7% menor do que a de seu antecessor, o senhor Michel Temer. Outros exemplos ilustrativos: comparativamente ao uso pela senhora Dilma Roussef, o atual PR usou 42% a menos que a média anual relativa ao primeiro mandato e 44% a menos do que no segundo mandato. Em relação ao segundo mandato do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, o PR usou o helicóptero 28% a menos”, apontou o Planalto.

“Dessa forma, observa-se que não há utilização exacerbada da frota de asas rotativas pelo atual Presidente da República. Ao contrário, a média de utilização dos helicópteros à disposição da Presidência da República diminuiu a partir de 2019”, enfatizou o GSI.

O passeio ocorreu em um sábado que amanheceu sem agenda oficial em Brasília. Acompanhado do líder do governo na Câmara, o goiano deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o presidente partiu para o café da manhã na lanchonete localizada às margens da rodovia BR-060, entre Brasília e Goiânia. O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, também participou do deslocamento.

Com a máscara pendurada no ombro, Bolsonaro foi fotografado enquanto comia um salgado. Ele tirou a máscara para falar com atendentes e gerou aglomeração dada a atenção que a presença de um presidente chama por si só.

Em Goiás, um decreto do governo estadual determina distanciamento social, uso obrigatório de máscaras e afastamento de no mínimo dois metros entre as mesas dos estabelecimentos comerciais que necessitem permanecer abertos.

O presidente carrega no colo uma criança em visita à lanchonete

Na época, o deputado major Victor Hugo (PSL-GO) divulgou no Twitter uma foto dentro do helicóptero com o presidente e com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas. No post, Victor Hugo afirmou que a ida a Abadiânia foi para “conversar com a população”.

Após deixar a lanchonete, Bolsonaro e sua comitiva foram até o Comando de Operações Especiais do Exército, com sede em Goiânia, de onde o presidente fez uma transmissão em sua rede social. Além da aeronave que levou o presidente, outro helicóptero militar acompanhou o voo.

O passeio do presidente repercutiu nas redes sociais.

 

 

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