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Roberto Freire diz acreditar em Marina, mas mantém seu apoio a Alckmin

“Não posso prever o cenário futuro, mas estou trabalhando para consolidar a candidatura de Geraldo Alckmin”, disse o presidente do PPS

atualizado

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Divulgação/PPS
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1 de 1 roberto-freire-divulgaçao - Foto: Divulgação/PPS

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse perceber o centro político do país se afunilando em torno de dois nomes: de Geraldo Alckmin, do PSDB, e de Marina Silva, da Rede. O debate eleitoral, avalia Freire, ocorre em meio a um momento de raiva e indignação. “As pessoas estão escolhendo com o fígado. E nesse tom de raiva, cresce o Bolsonaro”, pontuou. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

O nome do sr. foi apontado por emissários de Marina Silva como possível vice dela. Como avalia essa tentativa de aproximação?
É uma honra, claro, ser lembrado, ainda mais por uma pessoa merecedora de respeito como Marina. Mas foi algo proveniente mais da imprensa e de pessoas ligadas a ela. Não houve nenhuma conversa entre nós. Isso só é possível de ser discutido se o PPS porventura entender não ter de cumprir com o indicativo aprovado em seu Congresso Nacional, de apoio ao Geraldo Alckmin. Como presidente do partido, vou fazer valer a decisão do Congresso. Posso adiantar que não cumpro apenas por dever de ofício, mas por achar ser a melhor opção atualmente.

Está 100% descartada qualquer possibilidade de o PPS formar uma aliança com Marina?
Se eu negar 100%, a manchete vai ser: ele admitiu. Não posso dizer qual será o cenário futuro, mas estou trabalhando para consolidar a candidatura de Geraldo Alckmin. Ele fez uma boa gestão em São Paulo, é um homem tolerante e moderado. O Brasil está precisando disso. O país perdeu qualquer possibilidade de tolerância.

O PPS apoia o movimento na tentativa de unificar as candidaturas do centro em uma só. Para isso, alguém precisaria abrir mão. Marina pode ser essa candidata? 
Nenhum desses candidatos vai negar. Ninguém começa uma discussão dessa abrindo mão. Mas a coisa está afunilando.

Em torno de qual candidato?
Ainda não de um, mas de dois nomes: Alckmin e Marina.

Qual a razão de Alckmin não decolar nas pesquisas?
A palavra da moda é essa: “não decolou”. As pesquisas não podem ser levadas ao pé da letra. Elas têm distorções gravíssimas. O ex-presidente da República (Luiz Inácio Lula da Silva) foi condenado a pena de reclusão e está ainda nos cenários. O brasileiro vai ser ingênuo de acreditar em algo dito sobre o país por quem não participa nem de debate? Nesse momento, a raiva é fundamental, a indignação. As pessoas estão escolhendo com o fígado. E nesse tom de raiva, cresce o (Jair) Bolsonaro (pré-candidato do PSL).

Classe política e eleitores estão apartados hoje?
Acredito termos um centro eleitoral indeciso. E ele representa a ampla maioria da sociedade brasileira. Esse centro da direita à esquerda democrática ainda não se encontrou. Nesse cenário, as forças políticas começam a se afunilarem, a se aproximarem do Geraldo e da Marina, por conta de seu recall [referindo-se aqui à popularidade de um candidato em relação aos seus eleitores].

Há uma tentativa da Marina de se aproximar do PPS? Como enxerga esse movimento?
Como uma tentativa dela de fugir do isolamento. Ela jantou ontem (anteontem, 20/6) com o Luciano Huck. Falei com ele. Acho ótimo um diálogo entre eles. Precisamos ter cuidado para não ficarmos ansiosos. De 1990 para cá, as eleições coincidem com Copa do Mundo. Em todas, as chapas já estavam formadas na abertura da Copa e as coligações consolidadas. Os candidatos estavam assistindo aos jogos. A Copa já começou e não tem nenhuma chapa organizada em nenhum lugar do país. Estamos vivendo uma crise e ela está impactando nesse processo. Talvez possamos falar de uma eleição presidida por um outsider.

O sr. trabalhou por um, o Luciano Huck…
Estávamos trabalhando para isso. Tínhamos a compreensão de um outsider como ganhador dessa eleição. Era ele, depois o Joaquim Barbosa. Quem é agora?

O sr. achava, naquele momento, o Huck um candidato mais competitivo em relação ao Alckmin?
Acreditava ser um candidato representativo de um sentimento em crescimento. Ele trazia a celebridade e tinha uma presença na sociedade. Isso aconteceu também com o Joaquim Barbosa.

Sem eles dois, avalia ser Marina Silva a mais próxima desse perfil para um eleitorado magoado com a política?
Tenho medo da omissão desse pessoal magoado. Experimentamos isso no Tocantins.

O Rodrigo Maia chamou essa articulação do centro de conversa de bêbado…
Conversa de bêbado é muito boa, porque você delira de vez em quando. Mas não serve para esse cenário.

O sr. deixou o governo Michel Temer após o caso envolvendo o Joesley Batista. Como avalia a gestão e a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles? 
Tive clareza de sair do ministério (da Cultura) pois acreditei num processo de desgaste do governo. Mas sabendo ter sido uma irresponsabilidade sem tamanho do (ex) procurador-geral da República (Rodrigo Janot). Hoje, é um governo com uma tremenda fragilidade, cumprindo tabela.

Um candidato apoiado por Lula estará no 2° turno?
Não necessariamente. Precisa saber qual será. Teve um momento que imaginavam ser o Ciro. Em 2002, quando ele foi candidato pelo PPS, teve um momento que achamos ser ele o provável ganhador das eleições. Ele jogou fora isso já no meio da campanha por uma série de problemas. Um certo descontrole. Ciro tem conteúdo a passar para o eleitorado, mas por conta de um certo desequilíbrio deixa de fazer.

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