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Relator da Previdência não vê “sacrifício” em trabalhar até 65 anos

Declaração foi dada no mesmo dia em que oposição ao projeto inicia seminário sobre o “desmonte” do sistema previdenciário

atualizado

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Agência Câmara
Samuel Moreira
1 de 1 Samuel Moreira - Foto: Agência Câmara

Um dia depois das manifestações em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), integrantes da sociedade civil, especialistas e parlamentares se mobilizaram nesta segunda-feira (27/05/2029), no seminário “Desmonte da Previdência Social no Brasil: a quem interessa?”, para discutir o projeto da reforma da Previdência enviado pelo governo ao Congresso Nacional em fevereiro deste ano.

Também nesta segunda, o relator do projeto na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB/SP), afirmou que não é um sacrifício trabalhar até 65 anos, idade mínima prevista para homens no texto da Nova Previdência. “Eu não acho que seja sacrifício trabalhar até os 62 anos, trabalhar até os 65 anos. Não pode ser um sacrifício. O que não pode é querer aposentadorias para virar complementação do salário”, disse, durante reunião com empresários em São Paulo.

Segundo Moreira, atualmente a média de idade de quem se aposenta por tempo de contribuição pelo regime geral é de 54 anos, o que descaracteriza a Previdência Social.

“Ninguém para aos 55 anos, então desvirtua um processo fundamental que é o sistema de Previdência para nós, para os idosos e jovens, que vão virar idosos”, destacou.

Pontos polêmicos
O seminário “Desmonte da Previdência Social no Brasil: a quem interessa?”, que ocorre a partir desta segunda e vai até quarta (29/05/2019), no Centro Cultural Missionário, em Brasília, aborda pontos que têm causado polêmica entre a população e congressistas.

Entre os assuntos estão o regime de capitalização, a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), uma das palestrantes, criticou o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, que trata das mudanças no sistema previdenciário. “A quem
interessa o ataque à educação pública? A quem interessa o desmonte da Previdência? A liberação das armas? A colonialidade permanece viva. São os mesmos de sempre, os mesmos sobrenomes”, disse.

A economista Sandra Quintela, articuladora nacional da Rede Jubileu Sul Brasil, entidade que é coordenada por movimentos sociais, afirma que a reforma “é o fim da Previdência e da Seguridade Social”. “Está em jogo o futuro de quem está no mercado de trabalho, de quem já se aposentou e de quem ainda nem nasceu. É o fim do dinheiro que os patrões, os empregadores e Estado dão como contribuição”, acrescentou.

Emendas à proposta
O prazo para protocolar emendas termina nesta quinta-feira (30/05/2019). Até o momento, 42 sugestões de mudanças na proposta já foram apresentadas pelos congressistas.

Entretanto, Moreira ressaltou que tanto a idade mínima quanto a manutenção da meta de economia de R$ 1,3 trilhão em 10 anos são pontos fundamentais da proposta e que não devem ser alterados. O relator afirmou que deve apresentar o parecer pronto até 15 de junho.

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