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Protógenes Queiroz pede asilo político na Suíça

o delegado diz temer pela própria vida por conta de suas investigações contra a corrupção

atualizado

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José Cruz/ABr
Protógenes Queiroz
1 de 1 Protógenes Queiroz - Foto: José Cruz/ABr

O ex-deputado e ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz pede asilo político na Suíça, alegando que sua vida “corre risco” por conta de seu trabalho como delegado investigando a corrupção. Seu dossiê foi aceito nesta quarta (6), pelas autoridades que passarão avaliar o processo.

Numa longa entrevista concedida ao jornal Sept, da Suíça, ele conta que se exilou já em outubro, ao viajar para o país para uma conferência em Genebra. “Eu me sinto em casa aqui”, disse.

Segundo o delegado, se ele voltar será “executado”. “Minha vida está em jogo”, disse. “Eu detenho muitos segredos”, insistiu. “A Justiça do meu país decidiu retirar a proteção que eu tinha quando era policial. Decidi buscar a segurança aqui na Suíça “, explicou.

Em outubro de 2015, o governo demitiu Protógenes da PF por transgressões disciplinares. Ele foi alvo de uma ação criminal na Justiça Federal em São Paulo e acabou condenado a dois anos e seis meses de prisão por quebra de sigilo funcional ao promover o vazamento de dados do inquérito da Operação Satiagraha, que terminou anulada.

Apresentando-se como alguém que lutou contra a corrupção desde 1999, ele é qualificado pelo jornal suíço como “uma espécie de Eliot Ness contemporâneo” e “incorruptível”. Protógenes admite que precisaria se apresentar à Justiça diante de uma condenação que sofreu por abuso de poder. Mas ele alerta que “tem medo”.

Eliot Ness foi um famoso agente federal americano que aniquilou Al Capone, o poderoso contrabandista de bebidas que desafiou a lei seca implantada a ferro e fogo na Chicago dos anos 1930. Ele virou herói no filme Os Intocáveis, no papel do ator Kevin Costner. O jornal francês Le Monde, já havia comparado o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, ao agente.

Protógenes também afirma ter colaborado com a Operação Lava Jato “Minha participação foi muito discreta”, explicou, contando que isso ocorreu por conta de suas atividades de investigação anteriores. O ex-deputado acusa o “entorno da presidente Dilma Rousseff ” ainda de tê-lo afastado da investigação, no início de 2015.

Para ele, a Lava Jato corre o risco “de terminar como as anteriores, com a demissão de policiais e talvez assassinatos.”

Na entrevista, ele garante que investigou Lula e Dilma e que sua enquete “já apontava para o Panamá”. Ele diz ainda ter escapado de quatro atentados e uma de suas filhas foi sequestrada.

Satiagraha
A Satiagraha foi deflagrada na manhã de 8 de julho de 2008 e sacudiu o País. Sob comando de Protógenes a PF prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, no Rio, além do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997/2000) por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Outro alvo da missão espetacular foi o investidor Naji Nahas.

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a conduta do delegado e concluiu que ele fez uso de grampos ilegais e mobilizou um grande efetivo de arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) – que trabalham para a Presidência da República e não para a PF.

A Satiagraha acabou anulada em 2011 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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