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Para líderes do PT, saída de Parente não resolve a crise na Petrobras

Presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), enfatizou em nota que ainda é preciso “dar um freio na escalada entreguista do pré-sal”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Gleisi Hoffmann
1 de 1 Gleisi Hoffmann - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os principais líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) aproveitaram a queda de Pedro Parente do comando da Petrobras para criticar a condução do governo Temer sobre a política de preços de combustíveis e as propostas para a exploração de petróleo. O líder do bloco de oposição no Senado Federal, Humberto Costa (PT/PE), lembrou que o presidente da estatal foi o responsável pelo cortes de energia ocorrido no início dos anos 2000 durante a gestão FHC. “Pedro Parente não aguentou a pressão e caiu fora do governo golpista”, disse.

A presidente do PT Gleisi Hoffmann (PT-PR) enfatizou que “não basta trocar o entreguista Pedro Parente da presidência da Petrobras”. A petista manifestou que a próxima gestão da estatal deveria “dar um freio na escalada entreguista do pré-sal”.

Na avaliação do líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), a demissão de Parente representa uma vitória dos caminhoneiros. “Já vai tarde. Mas a saída do Parente não resolve essa crise. Deve haver a revisão dessa política de preços. A saída dele não resolve nada. As pessoas estão exigindo a queda dos preços da gasolina e do botijão de gás. A luta tem que continuar”, destacou o senador.

Confira a nota publicada no site do partido:
“A demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, escancarou a inviabilidade da política de reajustes e de importação de combustíveis que faz sofrer a população brasileira, especialmente os trabalhadores e os mais pobres. Os resultados dessa política entreguista e criminosa levaram à paralisação dos transportes rodoviários, que durou dez dias pela inépcia do governo golpista, gerando pânico, desabastecimento e graves prejuízos à economia.

A queda de Parente expõe também a profunda crise interna do governo golpista, que não tem mais autoridade nem condições políticas de continuar implantando a pauta antinacional e antipovo do golpe do impeachment de 2016. É um governo ilegítimo e incapaz de lidar com suas próprias contradições.

O Partido dos Trabalhadores afirma que não basta trocar o presidente da Petrobras para enfrentar a crise dos combustíveis. É necessário mudar radicalmente sua política privatista e entreguista, que privilegia os interesses das petrolíferas estrangeiras, do capital financeiro e dos acionistas privados (em grande parte estrangeiros), em detrimento do maior acionista que é o povo brasileiro. É preciso resgatar a Petrobras para o Brasil.

Pedro Parente, ministro do apagão no governo FHC, foi o mais notório representante dos interesses do capital internacional no governo golpista. Foi colocado à frente da Petrobras para executar o plano de privatização da empresa do povo, que não foi politicamente possível no governo tucano, e a entrega do pré-sal aos estrangeiros. Contra a soberania nacional, atuou em sinistra parceria com José Serra e seu preposto no Itamaraty, Aloysio Nunes Ferreira.

Em dois anos de governo golpista, perdemos a soberania da Petrobras sobre as reservas do pré-sal, que estão sendo vendidas a preços irrisórios. As sondas e plataformas voltaram a ser importadas (e com isenção de impostos!), destruindo o que restou da nossa indústria naval. Puseram à venda a Liquigás, que distribui gás de cozinha a preços justos, e a BR Distribuidora. Anunciaram a venda de nossas refinarias, resultado de mais de 50 anos de investimentos.

Sob a a direção de Parente, as refinarias brasileiras reduziram a produção em 30%, abrindo nosso imenso mercado para os estrangeiros, que ganharam ainda uma criminosa isenção de impostos sobre importação do diesel. As importações de óleo diesel dos Estados Unidos passaram de 41% do consumo interno para 82%. Essa política antinacional produziu 229 aumentos dos combustíveis em 24 meses, contra 16 reajustes em 12 anos de governos do PT.

Parente fez manobras contábeis e divulgou balanços mentirosos para aumentar os lucros dos acionistas privados e desvalorizar o patrimônio da Petrobras. A Rede Globo e os grandes jornais censuram essas denúncias que vêm sendo feitas corajosamente pela Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos. São os trabalhadores que historicamente defendem a Petrobras.

Por tudo isso, o PT apoia a criação de uma CPI para investigar quem ganhou com a gestão criminosa da estatal nos últimos dois anos. E defende a imediata revisão da política da Petrobras que resultou nos aumentos abusivos do gás de cozinha, do diesel e da gasolina.

O Brasil pode e deve empregar toda sua capacidade de produzir combustíveis, gerando empregos e favorecendo a economia popular. A Petrobrás pode e deve voltar a exercer seu papel estratégico para o desenvolvimento, atuando inclusive como reguladora dos preços internos.

Mostramos que isso é possível nos governos do PT, quando a Petrobras se tornou a segunda maior petrolífera do mundo e os preços internos dos combustíveis foram reajustados em prazos longos, equilibrando as necessidades da empresa aos interesses do povo brasileiro.

A saída para a para a profunda crise política, social e econômica do país passa necessariamente pela realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças politicas. Por isso, no próximo dia 8 vamos lançar oficialmente a pré-candidatura do companheiro Lula à Presidência da República e vamos lutar por sua liberdade e pelo direito do povo votar livremente num projeto de país melhor, mais justo e soberano”.

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