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Em balanço dos 100 dias, Lula fala de economia e faz aceno a negros e mulheres

Primeira pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que, pouco antes dos 100 dias de governo, Lula era aprovado por 38% dos brasileiros

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Imagem colorida mostra Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, na manhã desta segunda-feira (10/4), reunião ministerial para um balanço sobre os 100 dias do governo. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e durou até o início da tarde.

Em discurso, Lula fez um resumo sobre esse período de governo. Afirmou que vê com “otimismo” a recuperação da economia do país. E voltou a criticar o Banco Central pela taxa de juros. “Estão brincando com o país, com o povo pobre e com os empresários”, disse. E declarou que “continua achando que 13,75% [de juros] é muito alto. Só não vê quem não quer”.

O presidente discursou muito sobre “o retorno da democracia” e do respeito às mulheres e aos negros. Citou o caso de um surfista brasileiro que bateu em mulheres no exterior. “Isso é coisa da classe média e alta. Pobre não vai surfar na Austrália. Só pode ser um fascista, porque uma pessoa direita não bate em outra”, criticou Lula.

Ele também falou do caso em que uma professora tirou a roupa dentro de um supermercado em Curitiba em protesto a um ato que considerou racista.

“Ontem, o Carrefour cometeu mais um crime. Um fiscal acompanhou uma moça negra, que ia fazer compras, achando que ela ia roubar. Ela teve que fazer compras de calcinha e sutiã para provar que não ia roubar. É a segunda vez que o Carrefour faz esse tipo de coisa”, lamentou Lula. Na verdade, a professora voltou só com roupas íntimas ao estabelecimento como forma de protesto.

Veja todo o evento:

Alfinetada em Bolsonaro

O petista abriu o discurso alfinetando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele disse não lembrar de ter falado sobre os 100 primeiros dias de seus governos anteriores.

“Mas acho que é importante lembrar que da outra vez eu recebi o governo de um presidente democrata, um companheiro que tinha uma história de luta nesse país, pela democracia, pelos direitos humanos. Uma marca de civilidade”, discursou. “Nós sabemos o que o país passou de 2018 a 2022. As ofensas que o país passou. Que as mulheres sofreram, os negros e negras, os democratas, a Suprema Corte, governadores. Nunca antes um presidente os tratou com tanto desrespeito. Mas a democracia voltou”, continuou.

Segundo Lula, Bolsonaro gastou verba da União “na perspectiva de perpetuar o fascismo no país”.  E lembrou dos ataques do dia 8 de janeiro, que qualificou como “uma tentativa de golpe feita com a maior desfaçatez, feita por um grupo de reacionários, fascistas, e de extrema direita que não queria deixar o poder”.

Antes de Lula falar, o vice Geraldo Alckmin discursou e disse que o atual governo “ouve mais e erra menos”. Depois, pontuou as realizações da atual gestão. “Foram mil dias em 100”, apontou. Alckmin também declarou que o presidente “salvou a democracia”.

“Quero dizer que o presidente Lula está sendo fiel ao que falou na campanha. O senhor salvou a democracia de uma tentativa de golpe e ela saiu fortalecida. A reação do governo foi fortalecer o sistema democrático”, disse Alckmin sobre os atos golpista de 8 de janeiro.

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Redes sociais

Mais cedo, em uma rede social, o petista iniciou a segunda-feira questionando aos seguidores nas redes sociais a opinião deles sobre a atual gestão. Em uma publicação no Twitter, Lula perguntou: “O que estão achando até aqui?”. E continuou em outro post: “100 dias de União e Reconstrução. E ainda temos muito trabalho pela frente”.

Veja:

Alguns ministros também se manifestaram sobre a data que marca o terceiro mandato de Lula. Veja as manifestações:

Após 100 dias de “reconstrução”, governo Lula busca olhar para o futuro

Aprovação do governo

Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no sábado (1º/4), mostrou que, pouco antes dos 100 dias, Lula era aprovado por 38% dos brasileiros. De acordo com o levantamento, a reprovação do petista é de 29%, marca semelhante a de Jair Bolsonaro (PL) no mesmo período analisado. O instituto ouviu 2.028 pessoas entre os dias 29 e 30 de março.

Segundo o instituto, 30% consideram a gestão de Lula como regular. O levantamento foi o primeiro feito no terceiro mandato do petista e avalia os três primeiros meses de governo. No comparativo com os outros dois mandatos, o petista teve a maior rejeição neste ano.

Em comparação com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula está tecnicamente empatado. Em 90 dias, Bolsonaro marcou 30% de avaliação ruim ou péssima e tinha aprovação de 32% dos brasileiros.

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