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Luana Araújo diz que recebeu ameaças: “Que você e sua mãe morram”

Médica infectologista e “quase secretária” presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Luana Araújo
1 de 1 Luana Araújo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A médica infectologista e “quase secretária” do Ministério da Saúde, Luana Araújo, confirmou, nesta quarta-feira (2/6), ter sido ameaçada por opositores à sua nomeação no comando da Secretaria de Enfrentamento da Covid-19.

“Recebi várias [ameaças] antes de ir para o cargo. Durante, não prestei atenção em mais nada. E, depois disso, já tentaram divulgar meu endereço na internet, tentaram dizer que eu teria ligações com isso e com aquilo”, disse.

“Eu, como vários infectologistas desse país, desde o começo da pandemia no nosso país, sofremos diversas ameaças: ‘Não saiam de casa, tomara que você e sua mãe morram'”, contou a médica, em depoimento à CPI da Covid.

Luana lamentou as agressões e os ataques sofridos. “Foi parte preponderante do trabalho que desenvolvemos desde o começo. Isso é extremamente lamentável, não só pela nossa segurança, mas é pela perda da oportunidade de educação do nosso povo, pela perda da transformação dessa dor enorme para explicar para as pessoas.”

“A população não é nossa inimiga, muito pelo contrário, saúde pública não existe sem o povo. Vivemos em um país de condições socioeconômicas extremamente vulneráveis”, continuou.

A médica disse ainda que teve dificuldades em montar uma equipe, justamente pela exposição e pelo risco à segurança.

“Por tudo que vem acontecendo, por essa polarização esdrúxula, por essa politização incabível, os maiores talentos que a gente tem para trabalhar dentro dessas áreas não estavam à disposição para trabalhar nessa secretaria. Não queriam trabalhar nessa secretaria. Abri mão de muitas coisas pela chance de ajudar o meu país.”

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