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Líder do PSL sobre Bolsonaro suspender cortes: “Não estamos mentindo”

Delegado Waldir reafirma: presidente ordenou ao ministro Weintraub cancelar contingenciamento na Educação, Casa Civil se equivocou ao negar

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Delegado Waldir
1 de 1 Delegado Waldir - Foto: Reprodução

O líder do PSL na Câmara, deputado federal Delegado Waldir (GO), afirmou, na noite desta terça-feira (14/05/2019), que nem ele e nem as lideranças de siglas do Centrão estão mentindo sobre o recuo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nos cortes de gastos na Educação.

Em entrevista ao Metrópoles, o deputado disse que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), teria se “equivocado” ao desmentir os parlamentares. Waldir ressaltou que Lorenzoni não estava na reunião dos líderes com o chefe do Executivo federal na tarde desta terça – quando Bolsonaro, segundo os deputados, teria ordenado ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, suspender o contingenciamento de verbas na pasta.

“Nem eu nem os líderes estamos mentindo. O chefe da Casa Civil está equivocado. Ele não estava presente e talvez não tenha tido tempo de estar com o presidente”, pontuou Delegado Waldir.

Em nota, a Casa Civil comunicou que a informação sobre o cancelamento do contingenciamento do MEC não procede. “O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”, diz a nota.

Dedo onde não conhece
Questionado sobre o motivo de Lorenzoni anunciar que o “contigenciamento” continua, o deputado destaca que “muita gente está colocando o dedo onde não conhece”. Waldir destaca que, como o governo herdou um grande déficit, o presidente compartilha do mesmo desejo do Parlamento de não cortar na educação. “Amanhã, não venham dizer que o governo Bolsonaro ou o ministro da Educação são omissos”, avisou.

Para o líder da sigla na Câmara, “se essas pessoas continuarem mandando na educação brasileira, serão corresponsáveis pelo problema”.

O deputado também detalhou como se deu o encontro com o presidente – marcado pelo líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) – e o recuo no contingenciamento. “Eu estava com o presidente e mais 10 lideranças”, ressaltou Waldir.

“Nós pedimos que não houvesse cortes ou contingenciamento. Ele [Bolsonaro] ligou para o ministro da Educação e determinou: ‘sem corte’”, contou o parlamentar.

Amenizar a situação
Ele reafirma que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não participou do encontro. Segundo o Delegado Waldir, os parlamentares que estiveram com Bolsonaro agiram na tentativa de “amenizar a situação”, uma vez que o orçamento é do Congresso e há protestos agendados contra o bloqueio da verba universitária.

Mas o presidente, segundo ele, foi ao telefone e ordenou Weintraub a segurar os cortes e divulgar a medida. “Olha, a decisão já está tomada. Você chame a imprensa e anuncie a decisão que eu tomei”, teria dito Bolsonaro ao ministro da Educação, conforme ressaltou o líder do PSL, reforçando que a ligação ocorreu na frente dos parlamentares.

Ao encontro com Bolsonaro foram, além de Major Vitor Hugo e Delegado Waldir, lideranças partidárias do Novo, PV, Podemos, Cidadania, PSC, Pros e Patriota.

Os deputados usaram como moeda de troca, para negociar apoio com o governo, o orçamento integral para a Educação e a votação da Medida Provisória (MP) 870 com o texto original, que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios.

O líder do Podemos, José Nelto, confirmou que o presidente ligou para o chefe da pasta da Educação enquanto se reunia com os deputados, ordenando a suspensão do corte.

“O objetivo era pacificar a Casa e mostrar para as pessoas que estarão amanhã, nas ruas, que o Congresso não quer tirar dinheiro de educação e saúde”, afirmou Nelto.

Tensão com os aliados
O caso tensiona ainda mais a relação entre o governo federal e o Congresso, especialmente a base aliada. Nesta terça-feira (14/05/2019), os deputados do Centrão se uniram à oposição e impuseram uma derrota ao Planalto, convocando o ministro da Educação para prestar esclarecimentos contra o contingenciamento dos recursos, na ordem de R$ 7 bilhões, no plenário da Câmara.

O placar da votação foi 307 votos favoráveis à convocação de Weintraub e 87 contra a medida. Caso não compareça, o ministro pode incorrer em crime de responsabilidade.

Protestos pelo país
O ministro Weintraub se preparou para a série de protestos agendados para esta quarta-feira (15/05/2019) em todo o país. Embora a data marque o início da greve nacional dos professores, o repúdio ao contingenciamento será o principal mote das manifestações. Por iniciativa do titular da pasta, o prédio do MEC amanheceu cercado nesta terça por homens da Força Nacional.

“Temos de estar preparados para evitar qualquer tipo de problema. Simples assim”, afirmou o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, sobre a convocação da Força Nacional para proteger a sede do ministério em Brasília.

“Sempre, quando tem uma manifestação, todas as áreas do governo se preparam para evitar danos ao patrimônio e às pessoas, as forças estaduais acompanham [o pedido de proteção extra]”, completou. O titular da pasta, contudo, deixou a sede do MEC sem comentar mais essa crise.

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