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“Cuspiria de novo”, diz Jean Wyllys depois de advertência

Jean afirmou que carrega a lembrança como um troféu e que no dia foi xingado de “queima-rosca” por Bolsonaro

atualizado

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DIEGO VARA/AGÊNCIA RBS
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1 de 1 jean - Foto: DIEGO VARA/AGÊNCIA RBS

Após ter ciência da advertência que irá levar por cuspir em Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (5/4), que faria tudo novamente. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados rejeitou a pena de suspensão por 120 dias e determinou uma advertência por escrito que será lida no plenário.

“Guardo como um troféu. O que redimiu aquela noite pavorosa foi um cuspe na cara de um fascista. Foram seis anos sendo difamado e, quando fui chamado de ‘queima-rosca’ naquela hora por ele, cheguei ao meu limite. Cuspiria de novo sim”, desabafou Wyllys.

Entenda
Jean Wyllys cuspiu em Jair Bolsonaro na sessão de abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no dia 17 de abril do ano passado. O deputado fez campanha nas redes sociais e conseguiu o apoio de personalidades do mundo político contra a suspensão, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff. Havia pressão até do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a suspensão fosse revista. Maia considerava a medida exagerada.

Os conselheiros Júlio Delgado (PSB-MG), Marcos Rogério (DEM-RO) e Leo de Brito (PT-AC) apresentaram sugestões de pena mais branda para evitar que o processo fosse submetido à análise do plenário. O relator rechaçou os pedidos favoráveis à advertência por escrito e disse que Wyllys quebrou o decoro parlamentar. “Caberia inclusive a cassação do mandato, mas a gente levou em consideração alguns atenuantes, como as provocações sofridas”, respondeu Izar. O parecer foi rejeitado por nove votos contra quatro favoráveis.

Delgado, ex-relator do processo de cassação dos ex-deputados André Vargas e José Dirceu, foi escolhido para apresentar o parecer que sugeriu a censura escrita. O deputado alegou que não houve premeditação do ato e que a cusparada não passou de uma reação de Wyllys diante do comportamento de Bolsonaro. “A censura escrita é justa e adequada”, defendeu o parecer de Delgado. A advertência foi aprovada por 13 votos à favor e uma abstenção. Wyllys ainda pode recorrer da decisão junto à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se entender que houve algum vício regimental no processo. (Com informações da Agência Estado)

 

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