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Governo do Maranhão manda PM espionar políticos da oposição

Documento da Secretaria de Segurança Pública determina identificação de adversários e “levantamento eleitoral” das forças policiais

atualizado

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Reprodução/Youtube
Flávio Dino
1 de 1 Flávio Dino - Foto: Reprodução/Youtube

A Polícia Militar do governo Flávio Dino (PC do B), candidato à reeleição no Maranhão, emitiu nesta quinta-feira (19/4) ordem expressa aos batalhões militares para monitorar opositores políticos durante as eleições de 2018.

Documento da Secretaria de Segurança Pública maranhense determina identificação de políticos opositores ao município ou ao estado que possam “causar embaraços no pleito eleitoral” e ainda manda transferir policiais envolvidos com política.

A ordem foi emitida pelo Comando de Policiamento do Interior (CPI) aos Batalhões da Polícia Militar e pede um “levantamento eleitoral” das forças de segurança do estado.

O comandante geral da PM do Maranhão, Jorge Luongo, afirmou que o documento “é um equívoco grave e sem precedentes, não autorizado pelo Comando da Instituição Policial Militar”. “Logo que este equívoco foi identificado, (o comando) tomou medidas imediatas para corrigir tal erro e tornar sem efeito tais medidas, assim como instaurou um procedimento de apuração legal para as devidas providencias que o caso requer”, disse Luongo.

Na Assembleia Legislativa, opositores a Dino reagiram com veemência à ofensiva da polícia. “Isso é uma Venezuela, uma Coreia do Norte no Maranhão”, afirmou o deputado Souza Neto (PRP).

Segundo o documento, “os comandantes das UPMs deverão informar as lideranças que fazem oposição ao governo local (ex-prefeito, ex-deputado, ex-vereador) ou ao governo do estado, em cada cidade, que podem causar embaraços no pleito eleitoral”.

No “levantamento eleitoral” exigido pelo comando a todas as unidades, há uma tabela com quesitos que devem ser preenchidos, como os nomes dos juízes eleitorais de cada comarca, locais de votação, atuais prefeitos e o delegado regional.

No mesmo documento, em uma ala de “informações complementares”, constam mais quesitos, como aquele em que devem ser identificados os opositores, e ainda outro: “Os comandantes da área deverão informar se existem policiais militares envolvidos com políticas, para que, no período eleitoral, sejam deslocados para outras cidades, a fim de evitarem transtornos.”

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