Filho de Eduardo Campos, João Henrique bate recorde de votos em PE
Primogênito do ex-governador pernambucano se elege deputado federal. Neta de Miguel Arraes, Marília é a segunda mais votada
atualizado
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Em Pernambuco, a força política do clã do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente de avião durante a campanha presidencial de 2014, ainda é bastante forte. Prova disso é a votação recorde de seu primogênito, João Henrique Campos (PSB): elegeu-se deputado federal com 460.387 votos.
Com apenas 23 anos, João tem pouco a oferecer em seu currículo. Recém-formado em Engenharia Civil, sua experiência política resume-se a ter sido chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), reeleito nesse domingo (7/10).
Graças ao desempenho do jovem bisneto de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco por três mandatos e avô de Eduardo Campos, o PSB elegeu quase um terço da bancada pernambucana na Câmara Federal: são 8 deputados de um total de 25.
Outro nome da família a ter uma votação acachapante foi a vereadora Marília Arraes (PT).
Com 193.108 votos, a também neta de Arraes ficou na segunda posição entre os mais votados, perdendo apenas para o primo em segundo grau João.
Drama
A campanha de Marília, no entanto, foi bem dramática, longe da calmaria experimentada pelo filho de Eduardo, que teve nos bastidores a onipresença da mãe, Renata Campos, viúva de Eduardo e figura maior do PSB pernambucano.
Marília já havia rompido com o PSB em 2016, para logo depois ingressar no PT. Ganhou bastante musculatura dentro do partido, à época oposição ao governador Paulo Câmara. Logo obteve status de líder petista, o que a credenciou a postular a candidatura ao governo.
Tudo mudou, no entanto, em agosto deste ano, quando o PSB e o PT (leia-se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) reataram em Pernambuco, sacrificando a candidatura de Marília em prol da chapa encabeçada por Câmara e tendo Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) como candidatos ao Senado.
A estratégia, por fim, mostrou-se exitosa: além de Marília e Câmara, Humberto e Jarbas foram eleitos, deixando para trás os ex-ministros de Temer Mendonça Filho (DEM), da Educação, e Bruno Araújo (PSDB), das Cidades.