Fernández chama Lula de “líder” e confirma ida do petista à Argentina

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu que o presidente brasileiro recém-empossado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é um “líder regional” e que a volta do petista ao governo representa um retorno do Brasil aos fóruns regionais, bem como o fortalecimento dos laços entre os dois países.

Lula e Fernández tiveram um encontro bilateral na manhã desta segunda-feira (2/1), no Palácio do Itamaraty. O mandatário brasileiro dedica o primeiro dia de governo a reuniões com representações estrangeiras. Ao menos 17 encontros estão agendados.

Aliado do petista, o argentino afirmou que os últimos quatro anos sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) representaram um momento difícil para as relações entre os dois países, mas que isso está superado.

“Argentina e Brasil são dois países indissoluvelmente unidos, e nenhum momento político pode perturbar isso”, disse Fernández à imprensa, após a reunião. Ele também confirmou a visita oficial do petista a Buenos Aires, no próximo dia 23 de janeiro.

“Pessoalmente, acredito que o presidente Lula é um líder regional que vai dar um impulso para a América Latina muito importante, e sua presença no Brasil é a volta do país a todos os fóruns internacionais”, completou.

Recebi meu amigo @alferdez, que me cumprimentou pela posse e eu pude parabenizá-lo pela vitória da Argentina na Copa do Mundo. Retomamos o diálogo e a amizade com nosso maior vizinho, um dos principais parceiros do Brasil no mundo 🇧🇷🇦🇷

📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/3HtKKiDihD

— Lula (@LulaOficial) January 2, 2023

A primeira viagem internacional do petista será para a Argentina, com o objetivo de participar da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), maior fórum da América Latina. O governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou o grupo em janeiro de 2020.

O presidente argentino explicou que tanto ele quanto Lula “compartilham o desejo de voltar a unir a América Latina como um espaço comum”. Contudo, nos últimos quatro anos, as relações com o governo brasileiro “foram mais difíceis”.

“Nos últimos anos, tive que presidir o Mercosul, a Celac, representar a América Latina no G7, representar o Mercosul no G20, e a ausência do Brasil nos fóruns internacionais foi algo muito evidente, e algo que não podemos permitir. O Brasil é um país muito importante para que esteja ausente”.

Encontros bilaterais

Nesta manhã, Lula teve reuniões com o rei da Espanha, Felipe VI, e com os chefes de Estado da Bolívia, Luís Arce; de Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló; e do Equador, Guillermo Lasso.

Pela tarde, estão previstos encontros com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; do Chile, Gabriel Boric; e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) deve se reunir com o vice-presidente da China, Wang Qishan.

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Presidente Lula com o chefe de Estado de Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló Hugo Barreto/Metrópoles

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Lula e rei da Espanha, Felipe VI Hugo Barreto/Metrópoles

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Luis Arce, presidente da Bolívia, durante reunião com presidente Lula no Itamaraty Hugo Barreto/Metrópoles

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O presidente da Bolívia adiantou que os dois chefes de Estado conversaram e decidiram “aprofundar uma ampla agenda de trabalho em benefício das populações”, com foco em temas como questões de “fronteira, energia elétrica, investimento e comércio”.

Hoy en Brasilia nos reunimos con el flamante presidente de #Brasil, el hermano @LulaOficial, con quien decidimos profundizar una amplia agenda de trabajo en beneficio de nuestros pueblos, que incluye temas fronterizos, gas, energía eléctrica, urea, inversión y comercio. pic.twitter.com/6cn1Jgr8eI

— Luis Alberto Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) January 2, 2023