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Expulso do Cidadania, senador Jorge Kajuru se filia ao Podemos

Cidadania pediu que o senador se retirasse do partido por cobrar agilidade de impeachment de Moraes e conversar com Bolsonaro

atualizado

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Jorge Kajuru
1 de 1 Jorge Kajuru - Foto: Metrópoles

Após ter sido “convidado” a deixar o Cidadania, o senador Jorge Kajuru (GO) tem novo partido: o Podemos. A informação foi divulgada pelo parlamentar em sessão plenária do Senado Federal desta quinta-feira (15/4).

Na segunda-feira (12/4), o presidente do Cidadania, Roberto Freire, convidou Kajuru a se retirar do partido. Trata-se de uma resposta da sigla ao mandado de segurança apresentado por Kajuru junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), cobrando agilidade no processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Em nota, o partido condenou, na ocasião, o que chamou de “interferência do Executivo no Senado Federal” e de “clara tentativa de intimidação aos ministros do STF”.

“O Cidadania reafirma a defesa irrestrita do estado democrático, dos valores republicanos e da separação entre os Poderes, especialmente do papel da Suprema Corte como guardiã da Constituição”, afirma o presidente, na nota.

“Esses valores são diametralmente opostos aos observados na conversa do senador Jorge Kajuru com o presidente Jair Bolsonaro, em que flagrantemente se discute e se comete um crime de responsabilidade. E, nesse sentido, o partido fará um convite formal, com todo o respeito pelo senador, para que ele procure outra legenda partidária”, completa.

O Cidadania reafirmou que defende a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para apurar irregularidades cometidas pelo governo federal no combate à pandemia.

“Foi essa CPI, com esse objeto, que o STF, em decisão liminar tomada em mandado de segurança coletivo impetrado pelo Cidadania, mandou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instalar. O ministro Luís Roberto Barroso seguiu jurisprudência já estabelecida na Corte, garantindo um direito constitucional da oposição no Congresso Nacional”, enfatiza o partido.

Crise sanitária

Ainda na nota, o Cidadania critica a gestão do governo federal no enfrentamento da crise sanitária. “O papel central do governo federal na escala industrial de mortes em curso não pode ser ignorado, até por ser ele a cabeça do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

“A ele [governo federal], cabiam diretrizes nacionais de enfrentamento e de tratamento, focado desde o início em medicamentos ineficazes. A ele, cabiam campanhas nacionais de informação. A ele cabia a compra e distribuição de vacinas. A ele, cabe, no atual estágio, a decretação do necessário isolamento social. Também ao governo federal competem medidas amplas e efetivas de compensação financeira a empresários e trabalhadores na interrupção de suas atividades, tal como ocorreu nos mais diversos países”, complementa.

Sobre a ampliação da CPI para que abrangesse estados e municípios, o partido afirmou que esta é uma “opinião a ser respeitada e debatida, uma vez que alguns chefes de Executivo praticaram atos alinhados com as omissões do presidente”.

“O Cidadania se orgulha da posição de liderança no cenário nacional assumida pelo senador Alessandro Vieira (SE), seja no enfrentamento da pandemia, seja no combate à corrupção, na fiscalização do Executivo ou na mitigação da tragédia social que atinge e empobrece a nossa população”, finaliza.

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