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Em entrevista, Bolsonaro defende o MEC e chora ao mostrar cicatriz

Presidente voltou a afirmar a incapacidade dos estudantes brasileiros em realizar contas básicas e interpretar textos

atualizado

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Em entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili, no SBT, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reclamou do “aparelhamento” do Ministério da Educação (MEC). Emocionado, o chefe do Executivo também lembrou o episódio em que levou uma facada – e mostrou, mais uma vez na televisão, a cicatriz.

O presidente se corrigiu, de novo, ao chamar os estudantes e professores de “idiotas úteis” no último dia 15 de maio, durante manifestações contra o contingenciamento das verbas em universidades federais. Ele já havia se desculpado em entrevista à TV Record, nesse domingo (26/05/2019).

Para ele, a grande maioria das pessoas não sabe o que estava fazendo, o que seria “diferente dessa última manifestação”. “Se perguntar sete vezes oito, muitos não vão saber. E é verdade. A juventude nossa, hoje em dia, termina o ensino fundamental, 70% não sabendo fazer uma regra de três simples; não sabem interpretar um texto com três parágrafos, não sabem perguntas básicas de ciências”, afirmou.

MEC
O líder do Executivo opinou sobre as recentes críticas ao Ministério da Educação e disse que a culpa é de um “aparelhamento” da pasta, incluindo professores, com ligação a pensamentos considerados por ele como de esquerda. “É um ministério muito aparelhado. Tem um busto do Paulo Freire lá embaixo, e ele não deu certo”, afirmou.

Sobre os professores, considerados pelo presidente e pelo entrevistador como “aparelhados”, Bolsonaro afirmou que eles não são culpados da suposta dominação político-ideológica. “Eu até não os culpo, porque eles aprenderam a dizer que o capitalismo é o inferno e o socialismo é o paraíso, que Fidel Castro é um cara legal para caramba, que Maduro está no caminho certo”, completou. “Não é fácil mudar esse navio da direção errada que estava indo.”

EBC
Bolsonaro prometeu, assim como na campanha eleitoral, que a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) será extinta. A estatal comporta cerca de 2 mil funcionários e, segundo o líder do Executivo, é um “grande peso” para os cofres da União. “Continua [nos planos extinguir a EBC]”, afirmou, durante a madrugada desta sexta-feira (31/05/2019), em entrevista ao programa.

Para o presidente, a quantidade de funcionários é um problema para a empresa, mesmo que seja privatizada. “Está decidida essa questão. Salim Mattar [secretário de Privatizações] está tratando do assunto. Mais de 80% dos funcionários são concursados – o que fazer com esse pessoal? Tem que extinguir. A EBC é um grande peso para todos nós, que mesmo sendo privatizada vai continuar pesando”, explicou.

A EBC gerencia dois canais de TV (NBR e TV Brasil), o portal de notícias Agência Brasil, o Sistema Nacional de Rádio, com oito emissoras, e a Radioagência Nacional, além de ser responsável pela Voz do Brasil. Atualmente, dos 1.992 funcionários da empresa, 1.711 são concursados. Em janeiro deste ano, a folha de pagamento ficou em R$ 31,1 milhões.

Facada
O primeiro assunto a ser tratado foi a facada que o presidente tomou durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018. Jair Bolsonaro chorou ao relembrar a ocasião. “Quando abri a camisa, eu pensei que tinha sido um soco apenas. Tinha um corte, o furo era grande e sangrava para dentro”, disse, enquanto recebia um lenço do entrevistador.

Logo em seguida, o presidente, que estava de terno, levantou a camisa social para mostrar o corte. Entre outros temas debatidos, Bolsonaro defendeu a reforma da Previdência.

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