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Críticas de Lula fazem aliados de Bolsonaro saírem em defesa do BC

Bolsonaro não reage às críticas de Lula ao Banco Central (BC), mas aliados têm defendido a autoridade monetária e Roberto Campos Neto

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Lula fecha o punho com a boca aberta, mostrando força. lula discursa com microfone na mão. Presidente Eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez, centro do governo de Transição, no CCBB e conversa com políticos aliados. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Lula fecha o punho com a boca aberta, mostrando força. lula discursa com microfone na mão. Presidente Eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez, centro do governo de Transição, no CCBB e conversa com políticos aliados. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Apesar do silêncio de Jair Bolsonaro (PL) sobre as duras críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central (BC) e à taxa básica de juros, aliados do ex-presidente têm reagido e defendido a autonomia do BC e a atuação do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) elogiou Campos Neto, indicado por seu pai antes de o BC se tornar independente, e disse que se não fosse pela atuação do Banco Central, a inflação “já teria explodido”.

Outro senador, o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro Ciro Nogueira (PP-PI), também criticou as declarações do petista e disse que elas geram efeito reverso no mercado.

Nesta semana, Lula voltou a criticar a manutenção da taxa básica de juros da economia em 13,75%. Ele também cobrou “responsabilidade” do presidente Roberto Campos Neto.

“Não é possível que esse país volte a crescer com a taxa de juros de 13,75%”, disse Lula, no fim da manhã de terça-feira (7/2), em café com comunicadores.

As críticas de Lula têm perturbado o mercado financeiro e impactado negativamente as negociações na Bolsa de Valores e a cotação do dólar, o que tem levado mesmo integrantes do governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a tentar baixar o tom.

As falas do petista são uma mudança na estratégia de críticas aos juros nesse terceiro mandato, em relação às suas duas primeiras gestões à frente do Palácio do Planalto.

Campos Neto defende a autonomia do BC

O presidente do Banco Central não respondeu diretamente às críticas que tem recebido de Lula, mas usou sua fala em um evento do qual participou nos Estados Unidos na última terça para dizer que a autonomia do BC é boa para o país.

“A principal razão da autonomia da autonomia do BC é desconectar a política monetária do ciclo político. Porque eles têm clientes e interesses distintos. Quanto mais independente você é, mais eficaz você é, e menos o país pagará em termos de custo de ineficiência da política monetária”, disse Campos Neto.

Em janeiro deste ano, uma foto feita pela fotojornalista Gabriela Biló, da Folha de S.Paulo, mostrou que Campos Neto ainda integrava um grupo de WhatsApp de ex-ministros de Bolsonaro.

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