CPI é suspensa após bate-boca de senadores: “Podem brigar à vontade”
Confusão teve início após inserção de parlamentares femininas de fora do corpo da CPI na lista de inscritos para questionar Nelson Teich
atualizado
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Senadores e senadoras protagonizaram, nesta quarta-feira (5/5), um debate acalorado durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre a inserção de parlamentares mulheres na lista de inscrição para fazer perguntas ao ex-ministro da Saúde Nelson Teich. A sessão precisou ser suspensa por alguns minutos.
A confusão teve início durante a fala da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). O senador e líder do Centrão, Ciro Nogueira (PP-PI), questionou se a inserção de mulheres na lista não teria sido acordada pelos integrantes do colegiado.
“Não está em regimento, não foi acordado pela comissão e a gente fica sempre com o papel de ser o vilão da comissão. Isso não foi acordado”, disparou Ciro. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu a declaração: “Não há vilões aqui”.
A fala de Ciro Nogueira provocou reação da bancada feminina. “Só não entendo porque tanto medo das vozes femininas”, disse.
“É por isso que não pode, presidente. Parece que estamos perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi o seu partido, que não indicou”, continuou Ciro.
A líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), discordou da base aliada do governo e afirmou que a inserção das mulheres na lista foi aprovada pelo colegiado. “Há uma grande diferença de privilégio e prerrogativa. As mulheres desta Casa nunca vão pleitear. Nós pedimos ao plenário dessa comissão que pudéssemos ter direito a uma fala na lista dos titulares, na lista dos suplentes”.
Com os ânimos exaltados, o presidente da CPI decidiu suspender a sessão por cinco minutos. “Podem brigar aí à vontade”, disparou Omar Aziz.
A sessão
Nelson Teich é a segunda autoridade a ser ouvida pelos senadores no âmbito investigativo da comissão parlamentar. Ele teve uma rápida passagem no Ministério da Saúde, ficando apenas 29 dias frente ao comando da pasta.
O primeiro a ser ouvido foi Luiz Henrique Mandetta, que sinalizou discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre quais medidas deveriam ser adotadas para conter o crescimento de casos do novo coronavírus logo no início da pandemia no país.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

Nelson Teich foi o segundo a depor Hugo Barreto/Metrópoles

Ex-ministro Luiz Henrique Mandetta foi o primeiro a depor na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, e o relator, Renan Calheiros Hugo Barreto/Metrópoles

CPI da Covid começou a ouvir depoimentos Hugo Barreto/Metrópoles

CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado

Senador Renan Calheiros Hugo Barreto/Metrópoles

Mandetta falou por cerca de sete horas na CPI Jefferson Rudy/Agência Senado

Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Jefferson Rudy/Agência Senado

Senador Renan Calheiros Hugo Barreto/Metrópoles

Luiz Henrique Mandetta na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado

Omar Aziz Jefferson Rudy/Agência Senado

Vice-presidente CPI da Covid, Randolfe Rodrigues Jefferson Rudy/Agência Senado

Ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta Jefferson Rudy/Agência Senado

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia realiza oitiva do ex-ministro da Saúde Jefferson Rudy/Agência Senado