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Bolsonaro volta a criticar taxas em Noronha: “Quem vai numa pipoca dessas?”

Presidente reclamou que, durante o último feriadão, as praias do arquipélago ficaram vazias, pois é muito caro entrar no local

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Jair Bolsonaro durante evento de retomada do turismo
1 de 1 Jair Bolsonaro durante evento de retomada do turismo - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre o arquipélago de Fernando de Noronha, nesta terça-feira (10/11), durante cerimônia no Palácio do Planalto para comemorar a “retomada do turismo”. Ele reclamou das taxas cobradas tanto pelo estado de Pernambuco quanto pela União e das restrições para entrar na ilha durante a pandemia do coronavúrus.

Segundo o presidente, durante o último feriado as praias do arquipélago ficaram vazias devido às exigências para igresso no local, consideradas por ele exageradas.

“Fernando de Noronha… se alguém quiser ir para lá, tem uma taxa de 73 reais do governo estadual por dia e uma taxinha federal para quem quiser ir na praia, de 110 reais. Se for estrangeiro, passa para 220 reais. Quem vai em uma pipoca dessas?”, questionou o presidente.

“Eu não quero falar um palavrão aqui porque sou uma pessoa bastante educada. Mas não tem como a pessoa ir nessa pipoca. Não tem”, reiterou Bolsonaro.

O presidente reclamou que, durante o último feriado, as praias da região ficaram vazias. Ele ainda falou que os moradores do arquipélago é que precisam decidir sobre o futuro da ilha. Falam tanto de democracia, de liberdade. Aqui com a praia do Sancho, nesse feriadão, não teve ninguém lá”, disse.

O presidente não fez referências à viagem do seu filho, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que partiu para o arquipélago de Fernando de Noronha, no feriado de Finados, com passagens pagas pelo Senado. Após o caso ser revelado pelo Metrópoles, o senador disse que o pedido de ressarcimento de suas passagens foi feito devido a um equívoco de sua assessoria.

Baluartes do atraso

Bolsonaro ainda reclamou dos ambientalistas, aos quais ele chamou de xiitas e que, segundo ele, só atrapalham o Brasil. O presidente votlou a externar a intenção de transformar Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em um destino turístico semelhante a Cancún, no México, mas que isso tem sido atrapalhado pelos defensores do meio ambiente, aos quais ele chamou de “baluartes do atraso”.

“Se eu quiser esse investimento, dinheiro de fora, para fazer uma maravilha na Baía de Angra, eu tenho de revogar um decreto. E quem revoga decreto ambiental não é o presidente, é o Congresso. Então essa turma xiita ambiental, os baluartes do atraso do Brasil, que a imprensa adora defender essa turma, eu tenho que mandar um projeto para o Congresso”, destacou.

Ele mesmo reconheceu que não há clima no momento para aprovar um futuro projeto a ser apresentado pelo governo. “Antes de enviar ao Congresso, eu converso com lideranças para ver se tem clima para botar em votação, mas ainda não tem. Em consequência, a Baía de Angra – a gente poderia estar faturando alguns bilhões com turismo – está lá, abandonada”, ponderou.

“Se eu não me engano, Cancún fatura 12 bilhões de dólares por ano, acho que é por aí. A gente poderia tranquilamente faturar 1 bilhão de dólares por ano na Baía de Angra. E o Rio de Janeiro precisa disso. Precisa de emprego, impostos”. disse o presidente.

Bolsonaro ainda reclamou que Angra, devido ao não desenvolvimento do potencial turístico, tem se tornado, em sua opinião, um “território de milícias”. “E o que está virando a Baía de Angra? Território de milícias, bandidagem. O marginal de fuzil já foi para a região de Angra”, reclamou o presidente.

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