Bolsonaro diz que Adélio o seguia dias antes de atentado à faca em MG
Segundo presidente, autor da facada no então candidato de 2018 também tentou matar o filho Carlos, responsável pelas redes sociais do pai
atualizado
Compartilhar notícia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (12/9) que Adélio Bispo, autor da facada no então candidato a presidente, o seguia antes mesmo do atentado em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG).
Durante participação em um podcast cristão, o atual chefe do Executivo federal relatou que, dias antes à facada, Adélio esteve em Santa Catarina, com o objetivo de assassinar Carlos Bolsonaro, filho do presidente e responsável pelas redes sociais do pai.
“Olha, teve um episódio, alguns dias antes, num clube de tiro de Santa Catarina, que o meu filho Carlos frequentava. E o Adélio esteve lá. Eu acho… o meu filho, nesse dia, faltou. Eu acho que um dos planos dele [Adélio] era matar um filho meu para eu desistir [de concorrer à Presidência]”, declarou Bolsonaro.
Na sequência, o presidente disse que Adélio o seguia. “Ele me seguia. Antes da facada também, temos imagens, eu estava perto do carro da Polícia Federal ali, mas não estava escrito ‘Polícia Federal’. Era um carro que me transportava. Ele [Adélio] passou do lado do meu filho Carlos e daí, meu filho, quando tava indo em direção a ele, ele [Carlos] entrou no carro. Ou seja, talvez ele [Adélio] fosse dar uma facada no meu filho ali”, prosseguiu.

Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022 Reprodução/Instagram

Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos Hugo Barreto/Metrópoles

Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois Rafaela Felicciano/Metrópoles

Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais Getty Images

Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM) Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam Rafaela Felicciano/Metrópoles

A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair JP Rodrigues/Metrópoles

Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República Daniel Ferreira/Metrópoles

Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL) Rafaela Felicciano/Metrópoles

É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos Instagram/Reprodução

Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente Igo Estrela/Metrópoles

Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros Alan Santos/PR

Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente Rafaela Felicciano/Metrópoles

De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto Igo Estrela/Metrópoles
Atentado à faca
Apesar de a Polícia Federal apontar que não houve um mandante para o atentado em Juiz de Fora, o presidente Jair Bolslonaro insiste que as investigações não foram completas. Autor do crime, Adélio Bispo foi considerado inimputável em razão de doença mental.
Na última semana, a 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS) determinou que Adélio vai continuar internado no presídio da capital. A decisão judicial levou em consideração o resultado da perícia realizada em julho, a qual aponta que Adélio continua representando perigo para a sociedade.
De acordo com o laudo, o quadro de Adélio Bispo é agravado, pois ele se recusa a receber medicação. “Permanece com diagnóstico clínico de transtorno delirante persistente, com alucinações de cunho religioso, persecutório e político que se manifestam frequentemente”, diz parte do documento.