Após encontrar Lira, Lula almoça com Pacheco na residência do Senado

Entre os assuntos na pauta, presidente eleito tratará da PEC da Transição e de apoio para reeleição do atual presidente da Casa

atualizado 09/11/2022 16:58

Imagem colorida mostra presidente da República eleito Lula junto com presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Na foto eles caminham lado a lado - Metrópoles Reprodução/Redes sociais

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, no início da tarde desta quarta-feira (9/11), com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na residência oficial da Casa. Antes, o petista esteve reunido com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Após o almoço, Pacheco fez uma publicação nas redes sociais e afirmou ter tratado de “temas institucionais e de interesse do governo de transição”.

“Reafirmei ao presidente Lula que o Congresso irá trabalhar, de forma responsável e célere, para assegurar os recursos que garantam, em 2023, os R$ 600 do Auxílio Brasil, o reajuste do salário mínimo, e os programas sociais necessários para a população mais carente do país”, publicou.

Pouco depois, foi a vez do presidente eleito usar as redes sociais para informar o encontro com o presidente do Senado.

Mais tarde, Lula ainda irá se encontrar com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber. Interlocutores do novo presidente afirmam que a visita do petista servirá para reatar laços entre Executivo e Judiciário, cuja relação foi repetidamente tensionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

PEC da Transição

No encontro com Pacheco, a expectativa é de que sejam levadas à mesa as agendas prioritárias do governo Lula para o próximo ano. Estarão na pauta as tratativas da equipe de transição de governo para a construção de um texto capaz de assegurar, nos cálculos do Orçamento 2023, as promessas feitas durante a campanha.

O petista também quer ouvir do senador qual o melhor caminho para garantir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e o aumento real do salário mínimo. O teto orçamentário é o maior obstáculo e, hoje, há duas alternativas: editar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ou uma Medida Provisória (MP).

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Reeleição de Pacheco

Outro assunto que estará na pauta da conversa é um eventual apoio do novo governo à reeleição de Pacheco para presidente do Senado. A previsão é de que o atual comandante da Casa enfrente uma forte concorrência da ala mais bolsonarista, que somarão, ao menos, 23 senadores – quase um terço da composição (27 senadores).

Nessa terça (8/11), em entrevista coletiva, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, assegurou que o partido, dono da maior bancada do Senado no próximo ano, terá um candidato à presidência do Senado. “Nós queremos ter o presidente do Senado. Não é possível que o PL não tenha a presidência de uma das Casas”, disse, na ocasião.

O PL ainda discute com PP e Republicanos, aliados ao presidente Jair Bolsonaro, qual será o nome de consenso lançado à disputa. Para Valdemar, a favorita, hoje, é a ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS). Entre os liberais, os nomes mais pacificados são de Eduardo Gomes (TO), atual líder do governo no Congresso Nacional, e do ex-ministro Rogério Marinho (RN).

Transição de governo

Lula chegou a Brasília na noite desta terça. O presidente eleito já tem gabinete montado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde foram instaladas as salas da transição, mas ainda não começou a despachar no local.

Conforme a Secretaria-Geral da Presidência, o segundo andar do CCBB está pronto para receber os integrantes da equipe de transição. O prédio costuma ser utilizado nas transições de governo desde a passagem de cargo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o próprio Lula, em 2002.

O petista e Geraldo Alckmin terão um gabinete cada um. A estrutura do prédio ainda conta com:

  • quinze gabinetes para demais autoridades.
  • quatro salas de reuniões.
  • uma sala de coworking para 39 postos.
  • há 91 computadores instalados, com serviços de telefonia e impressoras.

A transição de governo é prevista em lei e em decreto. Cabe à Casa Civil coordenar a entrega de documentos à equipe do presidente eleito. Os nomes de até 50 dirigentes, de diversos setores, devem ser publicados no Diário Oficial da União. Todos os nomeados trabalham de forma remunerada até a posse, em 1º de janeiro de 2023, na preparação do novo mandato.

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