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Anvisa desmente empresário negacionista ao vivo na CPI da Covid

Empresário disse que aguardaria fase 3 de testes das vacinas contra Covid para se imunizar, mas a etapa já foi cumprida pelas farmacêuticas

atualizado

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Leopoldo Silva/Agência Senado
Otávio Fakhoury depõe à CPI
1 de 1 Otávio Fakhoury depõe à CPI - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta quinta-feira (30/9), que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou comunicado ao colegiado desmentindo as informações falsas usadas pelo empresário Otávio Oscar Fakhoury para descredibilizar a eficácia da vacina contra o novo coronavírus.

Ao longo do depoimento ao colegiado, o empresário emitiu opiniões sem qualquer embasamento científico. Fakhoury declarou que não se vacinou contra o novo coronavírus por estar “imunizado com alto IgG”.

“Não [vacinei]. Por enquanto, não. Em janeiro eu tive contágio com Covid. O meu médico, ao fazer o exame de sangue e me identificar como imunizado, com alto IgG, ele me deu opção: ‘Você não precisa se vacinar se não quiser. Fica com a tua opção. Espera as vacinas testadas'”, explicou.

Fakhoury alegou que não tomaria a primeira dose da vacina, muito menos a recomendaria para familiares, enquanto não saísse o resultado da terceira fase dos testes que envolvem os imunizantes. “O que eu li é que foi dispensada a terceira fase, senador”, disse ao parlamentar Humberto Costa (PT-PE).

Diante da informação enganosa, a Anvisa emitiu comunicado à CPI desmentindo o empresário. “A posição que acabou de chegar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária: todas as vacinas passaram pela fase de teste 1, 2 e 3”, leu o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

“As vacinas, autorizadas pela Anvisa, também foram autorizadas pela Organização Mundial da Saúde e pela FDA [agência reguladora dos Estados Unidos]. Segundo todos, foram fornecidas todas as informações de eficácia e segurança para o seu uso, a partir dos ensaios da fase 1, 2 e 3”, prosseguiu.

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Fakhoury é apontado como financiador de campanhas de disseminação de informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus.

O nome do bolsonarista entrou no radar da CPI após a quebra de sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico de canais acusados de propagarem notícias inverídicas. Movimentações levantadas pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam transações e financiamentos de Fakhoury a estes canais.

Anvisa

Na noite desta quinta-feira (30/9), a Anvisa soltou um comunicado, no qual diz: “As vacinas em uso no Brasil não são experimentais e todas tiveram seus dados de eficácia e segurança avaliados e aprovados pela Anvisa, garantindo o seu uso dentro das indicações aprovadas”

A agência ainda ressalta que todas as vacinas em uso no país tiveram condução de estudo de “fase 3 de pesquisa clínica e já encerraram esta etapa”. E continua: “Nenhuma vacina em uso no país foi dispensada de apresentação de dados de fase 3 da pesquisa clínica”.

Por fim, a Anvisa esclarece que outros estudos adicionais podem e são conduzidos para aspectos específicos como, exemplo, ampliação de público.

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