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“Todo mundo é carente”, diz general Heleno sobre parlamentares

Chefe do GSI vê risco real de medida que corta ministérios perder a validade, caso governo não acerte diálogo com o Congresso

atualizado

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Antonio Cruz/Agência Brasil
Ausguto heleno
1 de 1 Ausguto heleno - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ao comentar o risco de que a medida provisória (MP) que trata do reordenamento dos órgãos do governo (MP-870) não seja aprovada pelo Congresso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse nesta segunda-feira (20/05/2019) que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), é incapaz de gerenciar uma Esplanada com 29 pastas e tem dado sinais ao Congresso de que está aberto ao diálogo.

No entanto, Heleno explicou que, apesar do esforço de Bolsonaro, ainda há muita reclamação. “Esta reclamação vai acontecer sempre. Todo mundo quer mais consideração, quer mais afeto. Todo mundo é carente”, disse o general.

Caso a medida não seja aprovada na Câmara e no Senado até o próximo dia 3 de junho, o novo desenho administrativo definido por Bolsonaro logo após sua posse deixa de ter valor.

A estrutura do governo voltará a ter o tamanho da que existia durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), ou seja, passará de 22 para 29 pastas.

Para esta aprovação, o governo não tem votos e precisará contar com deputados e senadores de partidos do chamado Centrão, hoje ainda rebelados e com queixas de falta de diálogo com o presidente da República.

Segundo Heleno, o risco de isso acontecer é real. “Risco há. Claro que eu espero que ele não seja um risco provável, mas o risco existe, lógico. Está na mão deles. Eu acredito que uma nuvem de bom senso mostre que isso aí é contra tudo o que foi conversado, tudo o que foi tratado, vai ao encontro de 90% dos brasileiros”, disse o ministro.

“O problema todo que o pessoal não entende é de gestão. O presidente da República é incapaz de gestionar 29 ministérios. Os 22 já é duro. É um número acima do que está previsto em tudo o que é livro de gestão, imagine 29. No final, ele mesmo disse ontem, vai ter camarada que eu vou ver de ano em ano, camarada que eu não vou ver nunca. Vai encontrar na rua e dizer ‘onde é que você trabalha?’. ‘Eu sou seu ministro!’”.

Reflexão
Heleno evitou criticar o Centrão para não correr o risco de gerar ainda mais ruído na comunicação do Planalto com os líderes no Congresso.

“Não vou acusar ninguém, mas é preciso que haja esta reflexão do que isso vai trazer ao país futuramente”.

“Há uma alternância de poder que alguns partidos não admitem, mas há. Tem alternância de poder. Eu sou você amanhã. Então, amanhã, quando eu precisar defender isso aí, eu não vou ter moral para defender porque há algum tempo atrás eu fiz o contrário do que estou pregando”, ponderou.

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