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Reunião do MDB teve bate-boca entre Renan Calheiros e Simone Tebet

Senadora deixa liderança da bancada e é pressionada a rejeitar disputa avulsa se não for escolhida candidata do partido

atualizado

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Moreira Mariz/Agência Senado
simone tebet
1 de 1 simone tebet - Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

A reunião da bancada do MDB no Senado nesta terça-feira (29) foi tensa e marcada por diálogos ásperos entre Simone Tebet (MDB-MS) e Renan Calheiros (MDB-AL), que disputam dentro do partido o direito de saírem candidatos à presidência do Senado. São informações da Folha de S.Paulo.

Tebet, que se lançou na disputa sob o mote da renovação e em meio a um movimento público de alguns setores de rejeição ao nome de Renan, chegou a dizer, segundo aliados do alagoano, que precisava ter condições de “descer no aeroporto de Campo Grande (MS)”, como sintoma da dificuldade de justificar à sociedade as opções feitas pelo partido. O alagoano rebateu: “Não entendo. Você acha que eu não tenho que descer em aeroporto também?”.

Nesta terça, após defender o voto aberto na eleição para o comando da Casa e perder, Tebet renunciou à liderança da bancada. Em seu lugar assumiu o senador José Maranhão (PB).

Os senadores decidiram adiar para esta quinta (31) a decisão sobre quem será o candidato da sigla. Diante da falta de consenso, o presidente nacional do partido, Romero Jucá (MDB-RR), deu início a uma operação para minimizar danos provocados pela fragmentação da legenda, a maior da Casa, com 13 senadores.

Há temor de que, pela falta de unidade, o partido perca a presidência do Senado, já que tanto Renan Calheiros como Simone Tebet insistem em suas candidaturas.

Além disso, a reação de quem for derrotado na bancada é imprevisível e o partido ainda não discutiu qual será o prêmio de consolação para quem não for escolhido pela legenda.

Renúncia à liderança
Na saída do primeiro encontro, Tebet anunciou que havia renunciado à liderança do partido por ter sido derrotada pelos correligionários ao defender voto aberto no dia da eleição. O voto secreto favorece Renan, já que alguns senadores têm dificuldade em apoiá-lo abertamente.

“Há uma maioria que acha que a votação é fechada. Eu, num processo de democracia, não tenho problema de externar o meu voto e declarar voto aberto. Consequentemente, como a maioria pensa de um jeito e eu penso de outro, renunciei à liderança do MDB por não comungar com a maioria”, disse a senadora em um vídeo divulgado após a reunião.

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