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“Heróis matam”, afirma Mourão sobre Brilhante Ustra

Vice na chapa de Jair Bolsonaro defendeu o comandante do Doi-Codi durante o regime militar, local onde foram mortos 47 presos políticos

atualizado

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1 de 1 mourao - Foto: Reprodução

Vice na chapa do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, general Hamilton Mourão foi sabatinado nesta noite no programa Central das Eleições, transmitido na noite desta sexta-feira (7/9) pela Globonews. “Heróis matam”, disse ao ser questionado sobre as ações de Carlos Alberto Brilhante Ustra à frente do Doi-Codi durante o regime militar.

“Meus heróis não morreram de overdose. Carlos Alberto Brilhante Ustra foi meu comandante quando eu era tenente em São Leopoldo. Um homem de coragem, um homem de determinação que me ensinou muita coisa”, diz Mourão.  A jornalista Míriam Leitão reforçou o questionamento  e informou que 47 pessoas morreram no período em que o militar chefiava o órgão de repressão. “Houve uma guerra. Excessos foram cometidos”, retrucou o militar da reserva.

Mourão também falou sobre o atentado contra o deputado federal, ocorrido nessa quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG).

Ele destacou que Bolsonaro está em recuperação e, portanto, a coordenação de campanha suspendeu atividades da agenda eleitoral neste primeiro momento. Segundo ele, em momento oportuno, provavelmente no início da próxima semana, o comando da corrida ao Planalto vai melhor definir a estratégia daqui até as eleições, visto que dificilmente Bolsonaro terá condições de voltar a pedir votos nas ruas.

O militar enfatizou a necessidade de se ter “muita calma nessa hora”. Conforme informou, a investigação do assunto é “responsabilidade da Polícia Federal”. Na avaliação de Mourão, a resposta não vem por meio de discurso de ódio. “Nós estamos lançando pequenos vídeos. Não adianta haver confronto neste momento, que não faz bem a ninguém e é péssimo para nosso país”, completou.

Depois, Mourão entrou nos planos da chapa se eleita e na defesa das posições polêmicas do cabeça da coligação, as quais defendeu de forma firme. Confrontado sobre como se sentia em saber que o também general Augusto Heleno, além do príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, eram considerados “preferências” do presidenciável para ocupar cargo de vice, ele disparou: “Sempre fui a primeira opção”.

“Eu não queria ser candidato. Fiquei aguardando. Ele [Bolsonaro] buscou outras opções para melhor composição, mas voltou a olhar para o banco de reserva”, rebateu.“Há três anos, ele me procurou e me chamou. Ele me conhece bem e me respeita”.

Armamento
Durante a sabatina, o general Mourão foi perguntado sobre o armamento como proposta para combater a violência e fortalecer a segurança dos cidadãos brasileiros. A implementação da medida é cogitada em eventual governo de Bolsonaro. “Essa questão é polêmica. Ninguém é dono da verdade. Não vamos jogar fuzis nas mãos das pessoas”, explicou, mas ele manteve a defesa do direito de os brasileiros portarem armas “para se defenderem”.

“Os acidentes de trânsito matam tanto quanto homicídios no Brasil, e ninguém parou de vender carro”, explicou. “A questão de você ter uma arma é o equilíbrio de forças. Se você tiver uma pistola e souber usar poderá se proteger”, ponderou.

Intervenção
Outro assunto em destaque na discussão foi a intervenção federal instaurada na segurança pública do Rio de Janeiro desde o início deste ano para conter os índices de violência no estado. O militar afirmou que a medida foi colocada em prática “claramente com fins político militar”. De acordo com ele, “o Exército não foi consultado” sobre o assunto antes da medida ser anunciada, o que ele criticou.

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