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Ex-dirigente do PSL Mulher implica Bivar em esquema de laranjas

Bete Oliveira afirmou à Polícia Federal que candidaturas femininas em Pernambuco foram lançadas apenas para cumprir cota mínima de 30%

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Luciano Bivar, União Brasil
1 de 1 Luciano Bivar, União Brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ex-dirigente do PSL Mulher em Pernambuco, Bete Oliveira declarou à Polícia Federal (PF) que o partido lançou candidaturas de mulheres apenas para cumprir a cota mínima determinada por lei, de 30%. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, ela também disse que a medida foi tomada em reação à entrada de muitos candidatos homens na legenda, após a filiação do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Bete presidiu o PSL Mulher de Pernambuco em 2018 e afirmou que entrou na legenda por causa de Bolsonaro, mas que não conhecia “como era a forma de trabalhar da direção local do PSL”.

Ela prestou dois depoimentos, em março e abril, e disse que foi candidata justamente para cumprir a cota mínima. Nas eleições de 2018, Bete recebeu 2.529 votos na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados. Para se candidatar, a ex-dirigente afirma que recebeu R$ 10 mil do fundo eleitoral – dinheiro que alega ter aplicado integralmente na campanha.

Segundo ela, a criação do PSL Mulher e do PSL Jovem ocorreu “única e exclusivamente para arranjar 20 mil votos para Luciano Bivar” e parte das mulheres que disputaram nas últimas eleições recebeu “valores muito superiores aos que foram destinados à maioria das candidatas mulheres do estado”.

Sobre as candidaturas de Maria de Lourdes Paixão e Érica Santos, que receberam, respectivamente R$ 400 mil e R$ 250 mil do partido, ela afirmou que “os atos de campanha mínimos realizados pelas duas não justificam o vultoso gasto” e que só teria tomado conhecimento dos valores após divulgação do caso na imprensa. Maria, que é secretária de Bivar, somou 274 votos no ano passado; e Érika, assessora de imprensa do PSL, 1.315.

Bivar está, atualmente, em um embate direto com Bolsonaro pelo comando do partido. A briga entre os dois se intensificou depois que o presidente cobrou uma auditoria nas contas partidárias e declarou que o comandante nacional da legenda estava “queimado pra caramba“.

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