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Em meio à divisão do PSDB, Temer elogia “visão nacional” de Doria

O político paulistano é uma das principais lideranças do PSDB a defender a manutenção da aliança com o chefe do Executivo nacional

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em meio à divisão do PSDB em relação à permanência no governo e à investida de setores do PMDB sobre cargos comandados por tucanos infiéis, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) distribuiu afagos ao prefeito de São Paulo, João Doria. O político paulistano é uma das principais lideranças do PSDB a defender a manutenção da aliança com o chefe do Executivo nacional.

“Vejo aqui um parceiro e um companheiro. Alguém que compreende como ninguém os problemas do país”, elogiou Temer, na manhã desta segunda-feira (7/8), em evento na prefeitura.

O presidente e Doria assinaram um acordo que prevê a concessão à prefeitura de parte do Campo de Marte, atualmente controlado pela Força Aérea, para construção de um parque e de um museu aeroespacial. A disputa judicial entorno da área vem desde 1958.

Temer se aproveitou do tema para fazer mais um afago ao prefeito “Quanto tempo os astronautas levaram para tentar chegar a Marte e o João Doria em menos de sete meses chegou a Marte”, prosseguiu o presidente em referência ao curto período de tempo de Doria na prefeitura.

Tanto o prefeito quanto o presidente usaram o simbolismo do ato para reforçar o discurso em torno da conciliação nacional, presente nos primeiros discursos de Temer ainda durante o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Assim, tentaram dar um tom de normalidade ao governo e deixar para trás as denúncias de corrupção menos de uma semana depois de a Câmara ter rejeitado a abertura de processo para investigar o presidente.

“Nós precisamos conciliar as posições e ele (Doria) está fazendo algo que defendemos há algum tempo”, ressaltou Temer. Com apenas 5% de aprovação popular, segundo pesquisas de opinião, o peemedebista optou por destacar a importância de melhorar a relação com prefeitos e governadores para sustentar o discurso de conciliação.

“Sempre sustentei que temos uma federação pela metade, uma federação capenga, uma federação não verdadeira porque em uma federação real nos dias de hoje há que botar o prestigiamento dos Estados e dos municípios. E graças a Deus temos feito isso”, afirmou.

Frente aos afagos do presidente, Doria voltou a negar que seja candidato à Presidência da República nas eleições do ano que vem Segundo ele, as relações com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fiador de sua candidatura a prefeito e principal nome do PSDB para a disputa ao Planalto, continuam “excelentes”.

De acordo com Doria, Alckmin, que tinha presença confirmada no evento de acordo com a agenda do prefeito, desistiu de ir ao ato para não ofuscar o papel da prefeitura no acordo em torno do Campo de Marte.

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