metropoles.com

Em entrevista, Temer afirma que baixa popularidade é “natural”

O fato de ter assumido efetivamente a presidência há cerca de um mês e a grave crise econômica seriam as causas da rejeição popular

atualizado

Compartilhar notícia

DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016
1 de 1 Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Em entrevista a uma rádio de Salvador nesta quarta-feira (5/10) o presidente Michel Temer disse considerar “natural” o baixo índice de popularidade do seu governo, já que ele assumiu efetivamente o comando do País há cerca de um mês e num momento de grave crise econômica.

O presidente também voltou a repetir que os números divulgados pela pesquisa CNI/Ibope nesta terça, 4, que mostram que apenas 14% da população consideram o seu governo ótimo ou bom, não o preocupam, porque ele não tem a intenção de disputar a reeleição em 2018.

“Como eu não tenho mais nenhum objetivo eleitoral, o meu único objetivo e do meu governo é recolocar o Brasil nos trilhos. Você sabe que de vez em quando eu falo de brincadeira que se eu chegar no final do governo e tiver 2% de popularidade, mas o povo brasileiro estiver satisfeito, eu me dou por satisfeito”, disse.

Temer também disse estar confiante sobre a aprovação, no Congresso, da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos. Ele também voltou a afirmar que o projeto não vai diminuir os investimentos em saúde e educação. “As pessoas tentam divulgar a ideia de que quando você fala em teto de gastos, você está falando em teto de gastos para saúde, para educação, para a cultura, e não é isso não, é o teto geral. O teto geral é de X, você tira de um lugar e põe em outro, jamais será tirado da saúde e da educação”, disse.

Segundo o presidente, o efeito da aprovação da PEC e de outras medidas que o governo está tomando na área econômica poderá começar a ser sentido pela população daqui a seis meses. “Eu estaria mentindo, falseando, se eu dissesse: olha daqui a dois meses está tudo resolvido. Não é assim, não. Isso vai levar seis, sete, oito meses. Daí, nós vamos começar ver os reflexos positivos de tudo aquilo que está sendo feito agora.”

O presidente também afirmou que o resultado das eleições municipais demonstrou que a tese defendida pelo PT de que o impeachment foi um “golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff não foi comprada pela sociedade. “Se a tese prevalecesse, aqueles que, digamos, pregaram a ideia do golpe, teriam tido um sucesso eleitoral extraordinário no Brasil e não foi isso que aconteceu, ao contrário. Aqueles que fazem parte hoje da nossa base aliada, é que tiveram vitórias em todo o país”, disse.

Temer, que realizou diversas reuniões no Palácio do Jaburu para falar com parlamentares sobre o afastamento de Dilma, também afirmou que não fez “um movimento sequer” para que o impeachment fosse aprovado e que apenas cumpria a um “dever” constitucional ao assumir a Presidência.

Compartilhar notícia