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Delação de Sérgio Machado é homologada pelo STF

Ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras que também está na mira da Lava Jato, o executivo foi o pivô da queda do ministro do Planejamento, Romero Jucá e expôs Renan Calheiros

atualizado

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TASSO MARCELO/ESTADÃO CONTEÚDO
PF FAZ OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO NA CASA DE SÉRGIO MACHADO NO RIO
1 de 1 PF FAZ OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO NA CASA DE SÉRGIO MACHADO NO RIO - Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira (24/5) a delação premiada do ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras que também está na mira da operação, Sérgio Machado, pivô da queda do ministro do Planejamento nos primeiros 12 dias do governo interino de Michel Temer. Conversas gravadas pelo ex-executivo também deixaram exposto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ex-líder do PSDB no Senado e posteriormente filiado ao PMDB, Machado pode entregar membros da cúpula do partido que assumiu o poder com o afastamento temporário de Dilma e acentuar ainda mais a crise política.

Com a homologação, a delação passa a ter valor jurídico e novos inquéritos poderão ser abertos para investigar políticos e pessoas sem foro privilegiado. A homologação ocorreu um dia após a reportagem do jornalista Rubens Valente, da Folha de S. Paulo, revelar gravações de conversas de Machado com Jucá em março, antes de ser votado pelo Congresso a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, nas quais eles falam em um “pacto nacional” para “estancar a sangria” da operação com a chegada de Michel Temer ao poder, após o afastamento de Dilma.

O episódio abalou o governo do peemedebista e levou à queda de Jucá, alvo de inquéritos da Lava Jato no Supremo sob a relatoria de Teori Zavascki. Com a homologação, além das conversas comprometedoras, Machado também entregou às autoridades novos detalhes e novos nomes de políticos implicados na maior investigação do País que avança sobre políticos dos maiores partidos do Congresso ligados à base de Temer e ao PT.

Também investigado, Machado vinha negociando o acordo de colaboração e gravou ainda conversas que manteve com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), publicadas nesta quarta (25) pela Folha.

Apreensão
A divulgação das gravações causou grande apreensão no governo interino com a extensão do que mais poderia existir e que outras pessoas da cúpula do PMDB, com e sem ligações fortes com o Planalto, poderiam ser atingidas com as conversas.

A preocupação no PMDB é grande. O entendimento é de que Machado, para se livrar das acusações das quais é alvo na Lava Jato, entregou caciques do partido como o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

Segundo relatos, Machado, que foi filiado ao PSDB e posteriormente ao PMDB, tendo relação com caciques peemedebistas há pelo menos 20 anos, chegou a tentar a realizar um encontro com Jader em São Paulo, que só não foi possível em razão de o senador, na ocasião, estar internado no Hospital Sírio Libanês.

Nos diálogos com Jucá revelados, Machado fala sobre sua preocupação em ser investigado pelo juiz Moro, pois a investigação contra ele que estava no Supremo poderia ser remetida para a primeira instância, critica a prisão do ex-senador Delcídio Amaral, que foi autorizada pelo Senado, e chega a afirmar que “a solução mais fácil” para salvar os peemedebistas que estão na mira de Janot é botar Michel Temer no governo.

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