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Cunhado de Durval Barbosa é funcionário do gabinete de Rogério Rosso

Policial Militar, Zilfrank Antero de Araújo é casado com Viviane Melchior, irmã da mulher de Barbosa. Ele foi nomeado na Câmara dos Deputados em junho do ano passado para exercer o cargo de secretário parlamentar, com salário de R$ 5.190

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Em campanha para a presidência da Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD-DF) está, claro, em evidência e tornou-se alvo de ataques e patrulhamento. A mais recente desconfiança é a relação dele com Durval Barbosa, delator do esquema Caixa de Pandora, o maior escândalo político da capital do país e responsável por levar o ex-governador José Roberto Arruda à prisão. A proximidade entre os dois é citada nos corredores da Casa. O cunhado de Durval trabalha no gabinete de Rosso. O caso vem à tona no mesmo momento em que o delator usou as redes sociais para defender o ex-governador-tampão do DF.

Policial Militar, Zilfrank Antero de Araújo (foto de destaque) é casado com Viviane Melchior, irmã da mulher de Barbosa. Ele foi nomeado na Câmara dos Deputados em junho do ano passado para exercer o cargo de secretário parlamentar com salário de R$ 5.190. A lotação dele é no próprio gabinete de Rosso. Pelas redes sociais, Zilfrank tem feito campanha para o deputado de Brasília conquistar a vaga de presidente da Câmara dos Deputados.

 

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Procurado, o deputado disse ao Metrópoles que ele e Zilfrank são amigos há muitos anos e o escolheu pelo fato de o coronel ser “um dos maiores especialistas em segurança de Brasília”. Rosso negou que o oficial esteja no gabinete dele por algum tipo de relação com Durval Barbosa.

“Tenho a maior tranquilidade em falar que ele (Zilfrank) foi nomeado no gabinete pelo trabalho que faz. É uma pessoa limpa, de boa índole e faz um excelente trabalho”, afirmou. Rosso disse ainda que os ataques que tem recebido nos últimos dias fazem parte de uma “tentativa de desestabilizar a candidatura à presidência”.

Não é a primeira vez que os caminhos do candidato à presidência da Câmara e de Durval se cruzam. Rogério Rosso começou na vida política como aliado do ex-governador Joaquim Roriz, em 2004, como administrador regional de Ceilândia. Também trabalhou no governo de José Roberto Arruda, quando assumiu a gestão da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em 2007. Na companhia, Rosso sucedeu Durval Barbosa. A empresa foi a origem de vários contratos irregulares que garantiram recursos para pagamento de propina.

A escolha de Arthur Bernardes para a então secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo Rollemberg (PSB), no final de 2014, foi outra prova da estreita relação entre os dois. A indicação teve o patrocínio de Rosso e do vice-governador Renato Santana, ambos do PSD e foi elogiada à época por Durval, que comentou: “Melhorou muito”.

Vídeos comprometedores
Em seu depoimento como testemunha do processo da Caixa de Pandora, no mês passado, Francinei Arruda afirmou à Justiça que Barbosa tem vídeos onde Rosso aparece recebendo propina. Ele seria o responsável pela edição do material. As imagens nunca apareceram e o deputado nega as denúncias. Sem dizer se tem ou não essas gravações, Durval publicou no seu face um texto defendendo o parlamentar do PSD.

“Não se pode macular a imagem de pessoas de bem para vencer um pleito”, numa referência a ataques que o deputado federal Alberto Fraga (DEM) tem feito a Rosso em função da disputa pela presidência da Câmara.

O assunto entrou no debate nos corredores da Câmara dos Deputados. Em entrevistas nesta terça-feira (12/7), o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirmou que viu os vídeos citados por Francinei Arruda onde Rosso apareceria. Pouco depois das declarações, Durval Barbosa reagiu. Atacou Fraga e, indiretamente, defendeu Rosso afirmando que “não se pode macular a imagem de tantas pessoas, por pura vontade de vencer um pleito, bem como  desejar, de forma espúria, macular pessoas do bem.”

Veja texto publicado por Barbosa no Facebook:

Amigos.
Fiquei estarrecido com as declarações do Deputado Cel. Fraga, onde se intitulou detentor de fitas constantes do processo decorrente da “Caixa de Pandora”.
Esse senhor, que conviveu comigo em face dos trabalhos que desempenhávamos no Governo Arruda, nunca foi digno de minha confiança, a tal ponto.
Ele mente descaradamente quando afirma uma versão dessa, enganando seus 155.000 eleitores. A nossa convivência era protocolar. Apesar de haver tentado ser meu tutor, com intenções outras, que era para garantir a vaga de Senador, apoiada pela chapa de reeleição a ser disputada pelo cassado Arruda.
Por isso afirmo que o Deputado Cel. Fraga jamais gozou de minha confiança para exercer essa tarefa.
As pessoas que gozaram dessa minha confiança são aquelas que prestaram depoimentos à PGR, no evento do vídeo da Jaqueline Roriz.
Não se pode macular a imagem de tantas pessoas, por pura vontade de vencer um pleito, bem como desejar, de forma espúria, macular pessoas do bem.
Deputado Fraga, pelas suas mentiras o senhor tem a minha total reprovação.
Indignado DURVAL BARBOSA.

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