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Bolsonaro: “Não dei motivo para Maia sair da articulação da reforma”

No Chile, presidente diz que está aberto a conversar com o presidente da Câmara

atualizado

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Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Maia, Bolsonaro, reforma da Previdencia
1 de 1 Maia, Bolsonaro, reforma da Previdencia - Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter avisado que deixará a articulação política da reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (22/3) que está aberto para conversar e que não deu motivo para o parlamentar do Rio de Janeiro tomar essa atitude.

“Quero saber o motivo pelo qual ele está saindo”, disse Bolsonaro após deixar o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. “Estou sempre aberto ao diálogo. Estou fora do Brasil. Quero saber o motivo, só isso e mais nada. Eu não dei motivo para ele sair [da articulação]”, declarou.

Além disso, o presidente disse que a declaração do filho Carlos Bolsonaro, com críticas a Maia por adiar a tramitação do projeto anticrime, não é motivo para Maia ameaçar sair da articulação política.

“Será que esse foi o motivo? Se foi esse o motivo, eu lamento, mas isso não é motivo”, disse. O presidente afirmou saber que “todo o Brasil está indignado” com a demora na votação do projeto de lei anticrime.

Bolsonaro disse ainda que é “só conversando” que será possível trazer Maia de volta ao papel. “Você nunca teve uma namorada e, quando ela quis ir embora, o que você fez? Não pediu para ela voltar? Você não conversou?”, perguntou a um jornalista.

As declarações foram dadas depois de Maia mandar um recado a Bolsonaro: “Vou pautar [a reforma] quando o presidente disser que tem votos para votar. A responsabilidade do diálogo com os deputados daqui para frente passa a ser do governo”.

Staff convocado
Bolsonaro parece ter escalado seu staff próximo para tratar do assunto nesta sexta. Além do presidente, quem tratou publicamente da questão, em tom de afagos e de reconciliação, foram o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o vice-presidente Hamilton Mourão e a líder do governo no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Em entrevista, Mourão – que está no exercício da Presidência durante a viagem de Bolsonaro ao Chile – afirmou que “compete ao governo lançar pontes” para tentar manter Maia no processo de articulação da reforma. “Rede social não tem a ver com a opinião do Executivo”, disse o general reformado.

“Eu vi a respeito disso (publicação de Carlos) agora cedo, mas não vi o teor completo da mensagem. Mas, se por acaso o presidente Rodrigo ficou incomodado com isso, compete a nós do governo lançarmos as pontes e conversarmos com ele”, ponderou o vice.

“Lembrar que rede social não tem nada a ver com a opinião que todos nós, do Executivo, temos sobre ele como presidente de uma das casas do Legislativo. Eu considero, particularmente, um apoiador incondicional das principais ideias que nós temos, e conto, assim como todos nós do governo, com o apoio dele”, disse o presidente interino

No Twitter, o senador e filho mais velho do presidente afirmou que o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) “é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e combates de projeto ao crime”. Ele destacou que Maia “está engajado em fazer o Brasil dar certo!”.

Pecha do contra
Já a deputada Joice Hasselmann  disse que Maia é vítima de uma campanha mentirosa. Segundo ela, o político é alvo de “um movimento nas redes para colar em Rodrigo Maia a pecha de que ele é contra a Nova Previdência”.

De acordo com a deputada, Maia é um dos que “mais tem trabalhado” pela aprovação “logo” do “principal plano do governo”, a reforma da Previdência. “Na prática, sem Maia, a coisa não vai e o Brasil empaca. Simples assim”, escreveu a líder do governo.

 

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