Polícia Civil decreta luto por profissionais mortos pela Covid em GO
Segundo o sindicato da categoria, foram identificados 619 casos na corporação. Nove morreram e outros 84 estão afastados pela doença
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou, por meio de uma postagem no Instagram, que está de luto pela morte de nove policiais da corporação em decorrência da Covid-19. Além das mortes, 84 policiais civis estão afastados por suspeita ou contaminação pelo coronavírus.
De acordo com a Polícia Civil, os casos de servidores contaminados são monitorados pelo núcleo de saúde da instituição, assim como os policiais internados em hospital são acompanhados pela diretoria-geral da corporação.
Na publicação, a PCGO se coloca favorável à vacinação rápida dos servidores da corporação que estão em contato direto com a população. “O comando da instituição entende que um policial contaminado pode disseminar o vírus para várias outras pessoas da sociedade”, informa o texto.
“A direção solicitou às autoridades das secretarias municipal e estadual de Saúde para que, neste momento, os profissionais que atuam na Central de Flagrantes e em outras delegacias com maior quantidade de casos da doença sejam imunizados prioritariamente”, conclui a nota.
Paralisação
Nesta sexta-feira (12/3), mobilizados pelo Sindicato dos Policiais Civil (Sinpol), os agentes paralisaram as atividades por 1h, em Goiânia, em homenagem aos colegas mortos pela Covid-19. A paralisação ocorreu das 15h às 16h. De acordo com o sindicato, foram confirmados 619 casos na corporação.
No ato em homenagem aos colegas, os policiais não saíram das delegacias, desligaram computadores e permaneceram em frente à unidade em sinal de luto e protesto. Segundo o Sinpol, a atitude foi tomada devido à “falta de prioridade da categoria em relação às medidas de proteção contra a doença: calendário de vacina e EPIs”.
O sindicato pede que seja reduzido o número de policiais nas delegacias, a suspensão das operações policiais e que os agentes sejam considerados grupo prioritário no calendário de vacinação da Covid-19. Segundo a entidade, o número de policiais contaminados pelo coronavírus é três vezes maior do que a média da população.
Vítimas
No dia último domingo (7/3), a agente de polícia Sara Cardoso a Silva, 40 anos, morreu em um hospital particular de Goiânia, onde estava internada. Ela precisou ser intubada na UTI. Sara era professora da Escola Superior da Polícia Civil (ESPC) e atuava como agente na delegacia de Senador Canedo (GO), cidade da Região Metropolitana de Goiânia.
Os delegados aposentados da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) Elias Bernardes Milagre e José Carlos Bezerra da Silva também morreram vítimas da Covid-19, com um intervalo de um dia. Ambos estavam internados em hospitais de Goiânia para o tratamento da doença, mas não resistiram às complicações. Um agente também morreu em decorrência da Covid-19.
Elias Bernardes morreu no em 25 de fevereiro. Ele tinha 76 anos. Segundo informações da Polícia Civil, o delegado aposentado não estava mais com o coronavírus, no entanto, não resistiu às sequelas da doença. Aos 70, José Carlos faleceu no dia anterior.
Em 26 de fevereiro, o agente de polícia especial Roberto Marcos Naves também morreu em decorrência da doença. Ele tinha 50 anos e estava internado em um hospital particular da capital goiana desde o início de janeiro. Ele era lotado na Escola Superior da Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Civil lamentou as mortes e prestou condolências. “Neste momento de dor e sofrimento, pedimos a Deus que conforte familiares e amigos”, diz a nota.