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Policiais chegaram atirando contra João Pedro e jogaram granada, diz primo

Menino de apenas 14 anos foi morto nessa segunda-feira (18/05) durante operação policial no Complexo do Salgueiro

atualizado

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Arquivo Pessoal
João Pedro Mattos, 14 anos, morto em operação policial no Rio de Janeiro
1 de 1 João Pedro Mattos, 14 anos, morto em operação policial no Rio de Janeiro - Foto: Arquivo Pessoal

Além de disparos de armas de fogo, agentes das polícias Federal e Civil teriam jogado granadas contra a casa do menino João Pedro, de 14 anos, morto nessa segunda-feira (18/05) durante a ação.

O episódio aconteceu no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). Procuradas, as polícias não informaram de onde partiu o disparo que vitimou o menino.

O relato de um primo de João que testemunhou os fatos, porém, relata uma atuação que incluiu o uso de armamento pesado. Em áudio divulgado nesta terça-feira (19/05) por Daniel Blaz, um outro primo da vítima, em uma rede social (ouça no final desta matéria) da uma versão aos fatos.

“A gente estava jogando sinuca e o helicóptero começou a voar em volta da casa. Aí eles começaram a dar tiro em direção do morro”, contou a testemunha.

Segundo o primo de João, os policiais foram avisados que só tinha criança na casa, mas mesmo assim invadiram a residência e jogaram granada contra a porta.

“Quem estava mais perto da porta era eu e o João. Aí ficou um zumbido. Aí eles deram muito tiros na janela, e a gente saiu correndo para o quarto. Nisso que a gente correu para o quarto, ficou João e Duda na copa, deitados”, prosseguiu o garoto.

“Os policiais entraram, mandaram a gente deitar no chão e todo mundo calar a boca”, detalhou.

João ficou deitado. No áudio, o rapaz diz que não sabia se o menino estava morto. Mas, segundo ele, os policiais chegaram a medir a pulsação do garoto para saber se estava vivo.

Polícia foi atrás

A testemunha contou que após a ação, uma terceira pessoa, chamada de Mateus, tentou levar João para o hospital no carro, mas policiais voltaram a atirar, levando o menino no helicóptero.

A ação policial aconteceu na noite dessa segunda-feira, mas foi somente na manhã desta terça-feira (19/05) que a família de João soube que ele estava morto, no Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo (RJ).

Ouça a íntegra do áudio:

Outro lado

Ao Metrópoles, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) informou que instalou inquérito para apurar a morte do adolescente morto durante a operação policial.

Foi realizada perícia no local e duas testemunhas prestaram depoimento na delegacia. Policiais foram ouvidos e as armas utilizadas na operação, apreendidas. Será feito confronto balístico, para identificar de onde partiu o tiro que tirou a vida de João Pedro.

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A operação, segundo a PCRJ, visava cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa.

“Durante a ação, seguranças dos traficantes tentaram fugir pulando o muro de uma casa. Eles dispararam contra os policiais e arremessaram granadas na direção dos agentes”, informou a polícia, sem detalhar de onde partiu o disparo de arma de fogo que atingiu João Pedro.

“O jovem foi ferido e socorrido de helicóptero. Médicos do Corpo de Bombeiros prestaram atendimento, mas ele não resistiu aos ferimentos”, prosseguiu a corporação, em nota.

A Polícia Federal, por sua vez, emitiu nota com as mesmas informações da Polícia Civil. “A PF acompanhará e prestará todas as informações e apoio necessário à elucidação dos fatos”, complementou.

Nova operação

A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) realiza nesta terça-feira operações em nove comunidades. Uma delas é no Complexo do Salgueiro, onde João Pedro foi baleado.

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