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Juiz prorroga prisão de hackers e bloqueia recursos e criptomoedas

Prazo inicial venceria neste sábado. Polícia Federal pediu a extensão do prazo por considerar o grupo “extremamente preparado e perigoso”

atualizado

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Reprodução/EPTV
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1 de 1 hackers-suspeitos-Moro - Foto: Reprodução/EPTV

O juiz da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney da Silva Oliveira, decidiu no início da noite desta sexta-feira (26/07/2019) prorrogar por cinco dias a prisão temporária dos quatro suspeitos de terem invadido celulares de pelo menos mil pessoas – entre as quais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, integrantes de tribunais superiores, juízes, procuradores e delegados.

O prazo inicial da prisão venceria neste sábado (27/07/2019). O grupo foi detido na Operação Spoofing, na terça-feira (23/07/2019).

A sentença também ordena o bloqueio de ativos financeiros em nome dos hackers.

“Defiro também o pedido ministerial para determinar o bloqueio dos ativos financeiros existentes em valor ou em carteiras de criptomoedas, bem como o encaminhamento de informações quanto à existência e movimentações de compra e venda desses ativos” em nome dos quatro presos.

Confira a íntegra da decisão do juiz da 10ª Vara Federal em Brasília:

DECISÃO – Prorrogação Prisão by Juliana Barbosa on Scribd


O titular da 10ª Vara Federal alegou, em seu despacho, que é preciso seguir investigando a “profundidade das invasões praticadas”:

“Pelos respectivos interrogatórios, observa-se que os investigados deram diversas informações sobre os fatos em apuração, havendo ainda necessidade da continuidade das investigações para se almejar, conforme se conclui da representação policial e dos documentos juntados: o completo cenário e a profundidade das invasões praticadas”, registra trecho da sentença do juiz.

A decisão também é embasada por Vallisney Oliveira com a necessidade de continuar com a apuração de eventuais golpes financeiros e fraudes bancárias.

Conforme avaliação da PF, após ouvir os quatro presos, trata-se de um grupo “extremamente preparado e perigoso”. Para a Polícia Federal, “não se esgotaram todas as suspeitas que ainda precisam ser sanadas”.

O inquérito é mantido em sigilo e está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do mensalão.

Na tarde desta sexta-feira (26/07/2019), o advogado Ariovaldo Moreira, que defende dois dos presos, admitiu que não conseguiria soltar seus clientes imediatamente e pontuou que vai entrar com pedido de revogação da prisão.

Ariovaldo representa o DJ Gustavo Henrique Elias Santos e a sua do artista, Suelen Priscila Oliveira. Além deles, foram presos Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, e Danilo Marques.

“Estou convicto da inocência dos meus clientes e de que eles não se envolveram nessa empreitada criminosa”, disse o advogado. (Com informações do Estadão Conteúdo)

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