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“Poderia ter sido eu”, desabafa aluna que presenciou mortes em Goiânia

Segundo a jovem, os alunos demoraram a entender o que estava acontecendo e pensaram que fosse alguma experiência da Feira de Ciências

atualizado

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1 de 1 alana - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Goiânia – Alana Santos, 13 anos, é uma das estudantes do Colégio Goyazes, em Goiânia, que estava presente no momento do tiroteio. Ela estuda na mesma sala dos garotos que morreram, onde também estava o menino de 14 anos acusado de ter efetuado os disparos. “Ele sentava perto da janela, e eu, próximo à porta. Acho que foi isso que me salvou. Poderia ter sido eu, não paro de pensar nisso”, contou.

Segundo ela, os alunos demoraram a entender o que estava acontecendo. Quando escutaram o primeiro disparo, acharam que era alguma experiência científica, isso porque a Feira de Ciências da instituição estava agendada para este sábado (21/10). “Ele [o acusado] era muito calado, às vezes falava assuntos estranhos, mas nunca pensamos que isso poderia acontecer. Por isso, todo mundo ficou paralisado. Éramos muito unidos e brincávamos juntos. É inacreditável”, completou.

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Ainda nervosa, a estudante, acompanhada do pai, disse não saber se conseguirá voltar a estudar na mesma escola. “Chegar na sala, olhar aquele canto, não sei se como será”, afirmou.

O pai da garota, Arnaldo Júnior, disse que ficou sabendo da tragédia pela própria menina, que foi a primeira a sair correndo da escola e procurar a polícia. “Enquanto eu não a vi, não me acalmei. Alana quis ficar na porta do colégio, não conseguiu dormir direito. Os alunos querem ficar juntos agora”, explicou.

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