metropoles.com

Paes diz que multa a Bolsonaro “tem que ser avaliada pelo povo”

“Não vamos ficar nesse joguinho de multa. O presidente tem essa responsabilidade, ele pode avaliar”, disse o prefeito, que já foi multado

atualizado

Compartilhar notícia

Aline Massuca/Metrópoles
pazuello e bolsonaro durante passeio de moto no rio de janeiro
1 de 1 pazuello e bolsonaro durante passeio de moto no rio de janeiro - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – Em meio às polêmicas sobre o ato político realizado no fim de semana no Rio em apoio ao presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), que estava sem máscara e promoveu aglomeração em diversos pontos da cidade durante uma “motociata” (passeio de moto que reuniu milhares de motociclistas), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), passou para o povo a responsabilidade de punir o presidente.

O prefeito, que já foi multado por participar da gravação de uma roda de samba, quando cantou sem máscara e sem respeitar o distanciamento, lembrou de sua própria punição. Paes infringiu a mesma medida sanitária, foi notificado e pagou a multa, prevista em decreto assinado por ele mesmo. Na ocasião, não houve consulta à população sobre a aplicação da multa.

“Eu acho que essa avaliação, essa multa, eventual do presidente Bolsonaro, ela tem que ser avaliada pelo povo. O presidente é a principal autoridade do Brasil, ele vai ser sempre bem-vindo no Rio de Janeiro, e nós não vamos ficar nesse joguinho de multa, né? O presidente tem essa responsabilidade, ele pode avaliar”, afirmou Paes.

O ato político reuniu milhares de pessoas, que se aglomeraram para ver Bolsonaro passeando de motocicleta por cerca de 60 km na cidade, sem equipamentos de proteção individual.

“Um dia, por descuido, eu infringi uma regra, eu tirei máscara num lugar onde não poderia tirar a máscara, e a prefeitura me multou, pedi que a prefeitura me multasse. Aqui, a gente cumpre as regras, e quando não cumpre o próprio prefeito paga a sua multa”, disse Paes, sem usar a mesma lógica para decidir sobre a multa para o presidente.

A aglomeração de domingo não feriu apenas as regras sanitárias e de proteção à vida, ela também desrespeitou artigos do Código Penal e do Código de Trânsito Brasileiro, tais como falta do uso de máscara, aglomeração, infração de medida sanitária, uso de capacete incorreto, placas de moto escondidas, falta do uso de cinto de segurança, corpo para fora do carro, manifestação de militar da ativa e pedido de intervenção militar.

0

Compartilhar notícia