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O que falta saber no caso do envenenamento de mãe e filho em Goiânia

Nesta terça-feira (26/12), a polícia descartou o uso de pesticidas no crime. Suspeita do duplo homicídio segue presa

atualizado

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Foto colorida de mãe e filho que morreram envenenados após comerem um doce em Goiânia - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mãe e filho que morreram envenenados após comerem um doce em Goiânia - Metrópoles - Foto: Reprodução

Goiânia – A morte de mãe e filho por envenenamento está intrigando a sociedade goiana. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e Luzia Tereza Alves, de 86, morreram supostamente envenenados pela ex-nora do homem, que está presa. No entanto, alguns pontos sobre o caso ainda são investigados pela Polícia Civil de Goiás, para completar a elucidação do crime.

As duas vítimas tomaram café da manhã na companhia da principal suspeita do crime, a advogada Amanda Partata, de 31 anos, e comeram alimentos levados por ela para o encontro. Depois, eles tiveram sintomas como vômitos, diarreia e dores abdominais, chegaram a ser hospitalizados, mas não resistiram e morreram.

Num primeiro momento, uma filha de Leonardo levantou a suspeita de que o envenenamento estaria ligado a produtos de uma famosa loja de doces da capital goiana. Nas investigações, porém a polícia descartou qualquer problema na empresa e mesmo que seus produtos tenham sido usados pela suspeita para injetar algum tipo de veneno.

Veja o que ainda dever ser esclarecido no caso:

Veneno

Polícia Civil de Goiás descartou o uso de pesticidas no envenenamento de mãe e filho que morreram no último final de semana, após um café da manhã com a ex-nora de uma das vítimas. Agora, a investigação busca novas substâncias que possam ter causado a morte dos dois. Segundo a polícia, a advogada Amanda Partata, de 31 anos, ex-namorada do filho de Leonardo, cometeu o duplo homicídio após se sentir rejeitada com o fim do relacionamento.

De acordo com o perito criminal e integrante da divisão de comunicação da Polícia Científica, Olegário Augusto, os pesticidas são moléculas maiores e, por isso, são mais fáceis de serem detectadas. Segundo ele, já foi feita uma pesquisa inicial e cerca de 300 pesticidas foram descartados.

Em coletiva de imprensa, realizada no último dia 21, Olegário declarou que era possível afirmar que mãe e filho foram envenenados pelas características da morte e também por eliminação, já que não foi uma intoxicação alimentar ou infecção bacteriana.

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A advogava Amanda Partata nega ter envenenado os parentes do ex namorado e se diz injustiçada.

A suspeita foi presa temporariamente na noite de quarta-feira (20/12) e passou pela audiência de custódia na quinta (21/12). À polícia e durante a chegada na delegacia, Amanda negou a autoria do crime.

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Manipulação do veneno

Até o momento, a polícia também não sabe onde o veneno foi manipulado. Imagens de câmeras de segurança mostram quando Amanda faz as compras para o café da manhã em um empório na capital goiana, na manhã de domingo (17/12). No entanto, de acordo com a corporação, antes de seguir para a casa das vítimas, ela passou no hotel onde estava hospedada.

Dessa forma, não é possível saber se as substâncias que mataram Leonardo e Luzia foram manipuladas no hotel ou já na casa das vítimas. A polícia acredita que o veneno tenha sido dissolvido em um suco e não em doces, como se suspeitou no início da investigação do caso.

O delegado responsável pela apuração do caso, Carlos Alfama, Amanda disse que comeu os bolos, mas ao ser questionada se tomou o suco, ela “travou”. “Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica, é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido”, afirmou o delegado.

Mortes

A polícia afirma que Amanda ficou na casa das vítimas entre 9h e 12h. Ela foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco de uva e até bolos de pote de uma famosa doceria de Goiânia.

Estavam na casa: Leonardo , pai do ex-namorado; Luzia, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã.

“Eu acredito que a intenção dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos”, disse o delegado.

Ameaças e perfis fake

Conforme a polícia, antes da investigação de envenenamento, Amanda já era investigada por ameaçar e stalkear o ex-namorado.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, Amanda namorou o filho de Leonardo Alves Pereira por cerca de um mês e meio e, após o término do relacionamento, ela criou no mínimo seis perfis falsos nas redes sociais para ameaçar o ex de morte. Conforme o investigador, Amanda tinha um programa de mascaramento de números e fazia ligações tanto para o ex quanto para familiares dele.

De acordo com Alfama, a vítima, Leonardo Alves, chegou a bloquear mais de 100 números que o importunavam e seriam ligados aos programa utilizado pela suspeita. O investigador aponta que o número original do robô estava registrado no nome do irmão de Amanda. Porém, o e-mail utilizado para recuperação de conta era da mulher.

Para disfarçar qualquer suspeita, a mulher chegava a ameaçar a si própria. “Vou matar você e a sua namoradinha” exemplificou o delegado sobre as mensagens enviadas pela mulher. Em uma delas, Amanda teria ameaçado os familiares do ex “depois não chore em cima do sangue deles”.

De acordo com o delegado, Amanda tem um histórico criminoso. Existem registros contra ela nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. Na cidade natal dela, Itumbiara, no sul goiano, são várias denúncias de crimes graves, segundo a polícia.

Personalidade forjada

Ainda conforme o delegado, Amanda forjou uma personalidade dócil com a família do ex-namorado. A mulher chegou a anunciar uma gravidez e foi acolhida. No entanto, de acordo com a polícia, ela não está grávida.

Alfama chamou a atenção para a frieza da suspeita, que não forneceu a senha do celular e não demonstrou sentimentos durante o interrogatório.

Doceria

Uma famosa doceria de Goiás chegou a ter o nome envolvido no caso, após a filha da vítima informar que o pai havia morrido horas depois de comer um doce e a família registrar um boletim de ocorrência relatando o caso, bem como o estabelecimento. No entanto, durante a apuração do caso, a polícia descartou qualquer envolvimento ou falha da loja na situação.

A fábrica da Perdomo Doces chegou a ser vistoriada pelos órgãos competentes, um lote de produtos foi recolhido para análise, porém, não foi encontrada nenhuma irregularidade.

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