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Número de negros assassinados bate recorde; foram 49 mil em 2017

Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde

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HUGO BARRETO/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES
Brasília (DF), 25/11/2017 Arma de fogo  Foto: Hugo Barreto/Especial para o Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 25/11/2017 Arma de fogo Foto: Hugo Barreto/Especial para o Metrópoles - Foto: HUGO BARRETO/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES

Levantamento do Atlas da Violência, publicado no fim da manhã desta quarta-feira (05/06/2019), aponta para um agravamento da desigualdade racial nos indicadores de violência letal no Brasil. Em 2017, cerca de 75,5% das vítimas de assassinato eram indivíduos negros.

De acordo com o estudo, 49.524 negros — 43,1 por 100 mil habitantes — foram assassinados no país apenas em 2017. “Constatamos em mais uma edição a continuidade do processo de profunda desigualdade racial no país, ainda que reconheçamos que esse processo se manifesta de formas distintas”, destaca o relatório.

Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Negros são definidos como a soma de indivíduos pretos ou pardos, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a taxa de homicídios por 100 mil negros foi de 43,1, a de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16. “Ou seja, proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017, aproximadamente, 2,7 negros foram mortos”, aponta o documento.

Durante o período analisado, entre 2007 e 2017, a pesquisa mostra que a taxa de negros assassinados cresceu 33,1%, enquanto que a de não negros apresentou um leve aumento de 3,3%. Os cinco estados com maiores taxas estão na região Nordeste (respectivamente, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Alagoas).

Por fim, os pesquisadores alertam o Estado para a gravidade da situação, para que seja dada atenção especial aos negros. “Fica evidente a necessidade de que políticas públicas de segurança e garantia de direitos devam, necessariamente, levar em conta tais diversidades, para que possam melhor focalizar seu público-alvo, de forma a promover mais segurança aos grupos mais vulneráveis”, conclui.

Homofobia
No que se refere às denúncias de homicídio contra a população LGBTI+ registradas no Disque 100, houve um forte crescimento nos últimos seis anos apontados, saindo de um total de 5 casos, em 2011, para 193 casos, em 2017. Apenas no último ano houve um crescimento de 127%.

No entanto, em geral, o aumento de denúncias totais atingiu o máximo em 2012 e, desde então, tem variado sem, contudo, passar o nível registrado naquele ano. Em 2017, foram contadas 1.720 denúncias e em 2012 foram pouco mais de 3 mil.

A mesma dinâmica seguiu nos casos de lesão corporal contra população LGBTI+, que também atingiu o ápice no ano de 2012, ao registrar 783 ocorrências. Em 2017 foram 423.

Esta é a primeira vez que o Atlas fez um capítulo exclusivo para falar sobre a violência contra gays. Apesar de não haver dados sobre o tamanho da população LGBTI+, pois o IBGE não faz pergunta sobre orientação sexual, a pesquisa utilizou as informações do Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

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