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Número de matrículas no ensino superior cresceu 0,9% na pandemia

Estudo do Instituto Semesp mostra que o crescimento em 2020 foi menor que no ano anterior, quando o índice registrou 1,8% de aumento

atualizado

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Hugo Barreto / Metrópoles
Estudantes andando pelos corredores da UnB - Metrópoles
1 de 1 Estudantes andando pelos corredores da UnB - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

Dados do Instituto Semesp, entidade que representa instituições de ensino superior no Brasil, mostram que durante a pandemia de Covid-19 o país teve um crescimento tímido no número de matrículas no ensino superior. Entre 2019 e 2020, o aumento foi de 0,9%, enquanto no período de 2018 e 2019, o país registrou crescimento de 1,8%.

As instituições públicas foram as mais impactadas, registrando uma queda de 6% nas matrículas. Já nas privadas o aumento foi de 3,1%, impulsionado principalmente pela modalidade de ensino a distância, tendência que já vinha se consolidando em anos anteriores. Em 2020, a modalidade cresceu ainda mais por conta da pandemia.

O relatório aponta que o número de matrículas em cursos a distância subiu de 28,5% para 35,8%, enquanto o presencial caiu de 71,5% para 64,2%. De acordo com projeções do Semesp, feitas com base na PNAD Contínua do IBGE, as matrículas em 2021 devem registrar uma queda de cerca de 7%.

O estudo integra o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, divulgado nesta terça-feira (14/6), e traz os primeiros números oficiais sobre o impacto da pandemia de Covid no ensino superior. Para criação do relatório, foram analisados dados do Censo da Educação Superior de 2020, do Inep, da PNAD Contínua do IBGE e de outros indicadores com informações de 2021 e 2022.

Instituições de ensino

O Mapa observou uma queda de 5,8% no número de instituições que ensino superior no Brasil. Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, explica que a redução não ocorreu somente por conta da pandemia. “Existia, no cadastro do Ministério da Educação, uma série de instituições que constavam como instituições de ensino, mas não operavam há muitos anos — nunca tinha feito um processo seletivo, não tinham alunos, só estavam credenciados — e o MEC fez uma limpeza desse cadastro”, conta.

“Lógico que a pandemia também criou um fator crítico para as instituições, principalmente aquelas menores, algumas que já estavam mal, e aceleraram esse processo de fechamento”, completa.

O relatório aponta que atualmente o país conta com 2.457 instituições de ensino superior, sendo que 87,6% são privadas. Destas, 1.752 configuram-se como faculdades, seguidas de 310 centros universitários e 91 universidades.

Já entre as públicas, o número é mais balanceado: 140 faculdades; 112 universidades; 38 institutos federais de educação, ciência e tecnlolgia; 12 centros universitários; e 2 centros federais de educação tecnológica.

Taxa de escolarização

O estudo demonstra ainda que o país segue longe da meta do Plano Nacional de Educação que estabelece uma taxa de escolarização líquida de 33% até 2024. Segundo o Mapa, em 2020 a taxa caiu 0,3 ponto percentual e chegou a 17,8%, menor que os 21,9% calculado pelo Inep.

A diferença ocorre porque a metodologia usada pelo Semesp leva em consideração o número de alunos de 18 a 24 anos no ensino superior de acordo com o Censo da Educação Superior. O Inep usa dados da PNAD Contínua do IBGE.

“Uma das razões para o decréscimo registrado na taxa de escolarização líquida é a própria queda do percentual da população de jovens de 18 a 24 anos, 2,4% de 2019 para 2020”, diz o estudo.

Evasão

Em relação à evasão, os números se mantiveram no mesmo patamar de 2018 para 2019. Mas, na rede pública, houve um ligeiro aumento de 3,3 pontos percentuais na modalidade presencial, principal afetada pela pandemia, que passou de 18,4% para 21,7%.

A projeção do instituto para 2021 é que o cenário apresente uma melhora. Comparando o primeiro semestre de 2020 e 2021, a rede privada deve registrar uma queda de 5,9% na taxa de evasão dos cursos presenciais. Já no EAD, a perspectiva é que se tenha um aumento de 8,2%.

Saúde

O Mapa fez uma análise elaborada sobre os cursos da área da saúde, muito visados em razão da pandemia. A área foi a segunda com maior número de matrículas no país, atrás apenas de Negócios, Administração e Direito. Ao todo, foram 2,16 milhões de matrículas, totalizando 43,9% dos estudantes do país.

“Além da pandemia, que ampliou o mercado de trabalho e valorizou os profissionais da área, os estudantes optam por esses cursos em razão de vários fatores, da vocação profissional (45,8% dos concluintes da área no último ciclo do Enade) à maior empregabilidade e salários acima da média”, diz o relatório.

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