Número de atrasados para tomar segunda dose dobrou, diz Fiocruz
14 milhões de pessoas não retornaram aos postos para segunda aplicação contra a Covid-19. Taxa de atraso é de quase 28% no país
atualizado
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A segunda edição do Boletim VigiVac, divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia nesta quinta-feira (4/11), aponta que mais de 14 milhões de pessoas estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 atrasada no país.
Este número é o dobro do registrado na primeira publicação do documento, em 28/9, quando 7 milhões de brasileiros ainda não haviam retornado aos postos pelo menos 15 dias após a data estipulada. A taxa de atraso pulou de 11% para quase 28%.
Os dados do boletim foram atualizados em 25/10. Em torno de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e cerca de 14%, maiores que 90 dias. A instituição considera o aumento “preocupante”, pois a proteção contra formas graves da doença só é de fato efetiva após a administração da dosagem correta. Com exceção da vacina da Janssen, os outros fármacos são aplicados em duas doses.

Prefeitura do Rio quer incentivar as pessoas a tomarem a vacina contra Covid-19 Aline Massuca/Metrópoles

Vacinação de idosos no Rio de Janeiro Aline Massuca/Metrópoles

Na capital fluminense, 345 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada Aline Massuca/Metrópoles

Fiocruz Bahia lançou segunda edição do Boletim VigiVac Aline Massuca/Metrópoles

Butantan produziu mais de 10 milhões de dose, mas Butanvac ainda está em fase de estudos Fábio Vieira/Metrópoles

Vacinação contra a Covid-19 em Goiás Vinícius Schmidt/Metrópoles
O imunizante com maior taxa de atrasados é o da AstraZeneca, com 47,81%. Em seguida, aparecem Coranavac (34,05%) e Pfizer (18,14%). Alguns dos motivos assinalados pela Fiocruz para o atual panorama são atraso no registro e no envio dos dados para a base do Ministério da Saúde, de onde são obtidos os índices estampados no Painel de Atraso de Segunda Dose de Vacina, e a disseminação de informações falsas sobre o processo de vacinação, como a eficácia dos imunizantes.
A sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde e a falta de planejamento e organização dos governos locais também são fatores levados em consideração, segundo a Fiocruz Bahia. Os especialistas ressaltam a importância da adoção de estratégias para reverter o cenário.
“É importante adotar estratégias para aumentar a adesão ao esquema vacinal completo, uma vez que os estudos sobre efetividade de vacinação têm demonstrado que a proteção contra infecção, hospitalização e morte é significativamente maior no grupo com esquema vacinal completo quando comparado com o grupo com apenas uma dose da vacina. Também foi mostrado que a proteção contra as novas variantes do SARS-CoV-2 é mais efetiva somente após duas doses da vacina”, garantem os cientistas.
O painel da Fiocruz indica que São Paulo é o estado com mais pessoas atrasadas para tomar a segunda dose – 2.195.759 cidadãos. O estado é seguido por Minas Gerais, com 1.750.662 pessoas, e Rio de Janeiro, com 1.619.401 indivíduos. Os dados utilizados são do Ministério da Saúde.
Na capital fluminense, 345 mil cariocas não voltaram aos postos para a segunda aplicação, conforme o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, informou ao Metrópoles. Uma das estratégias adotadas pelo Executivo municipal foi a aplicação de imunizantes nas estações do BRT, por exemplo.