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No Brasil, 5 mil escolas particulares podem fechar. Queda é inédita

A crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 está afetando principalmente as instituições de ensino infantil e os colégios pequenos

atualizado

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Por conta da pandemia de Covid-19, o setor de escolas privadas no Brasil está sofrendo a primeira grande crise econômica da década. Segundo estimativa da Federação Nacional de Escolas Privadas (Fenep), desde o início do isolamento social, em março, o ensino infantil (de zero a 3 anos) perdeu 50% dos alunos. A instituição estima, ainda, que pelo menos 5 mil colégios pequenos fechem em 2020.

Se essas previsões se concretizarem, o Brasil veria pela primeira vez a diminuição na quantidade de escolas privadas em todo o país. Algo que não acontece desde, mais ou menos, 2011. Na última década, o número de institutos privados de ensino fundamental e médio aumentou 12,5%, saindo de 37,5 mil para 42,2 mil. Nem mesmo em 2016, período no qual o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) caiu cerca de 3,3%, a quantidade total de escolas particulares diminuiu.

A análise é do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles. Ela se baseia nos Censos Escolares do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2011 a 2019.

“O impacto no setor está sendo brutal”, resumiu o presidente da Fenep, Ademar Pereira. De acordo com ele, o ensino infantil (de zero a 3 anos) será um dos mais afetados. “Existem pelo menos 15 milhões de alunos matriculados em escolas privadas no Brasil. Cerca de 2,5 milhões deles têm menos de 3 anos, e os pais de 1,3 milhão desse total já cancelaram os contratos com os colégios dos filhos”, estimou.

Além isso, a crise atingirá mais fortemente as escolas com pouca quantidade de alunos. “Vamos perder pelo menos 5 mil empresas pequenas. Muitas já quebraram e outras tantas vão fechar até o fim do ano”, continuou.

Entre 2011 e 2019, a quantidade de escolas particulares abrindo e fechando não foi uniforme por todo o país. No período, 1,4 mil novos estabelecimentos surgiram em São Paulo. Minas Gerais, por outro lado, registrou uma diminuição de 126. O gráfico a seguir mostra a evolução na quantidade de estabelecimentos privados de ensino por unidade da Federação.

Enquanto a quantidade de escolas particulares cresceu desde 2011, o contrário ocorreu com as públicas. No mesmo período – entre 2011 e 2019 – o número total de estabelecimentos em funcionamento caiu 10,9%, de 157,4 mil para 140,2 mil. O gráfico a seguir mostra como evoluiu cada tipo de instituição de ensino desde 2011. As públicas estão separadas entre as municipais, estaduais e federais.

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