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Mulher morta em favela se mudou para SC para fugir da violência

Daniela Scotto de Oliveira voltava de uma festa com o marido quando foi atingida com um tiro na cabeça na favela Papaquera, em Florianópolis

atualizado

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1 de 1 prof2 - Foto: Reprodução

A família da professora de ioga Daniela Scotto de Oliveira Soares, 38 anos, morta na virada do ano ao entrar por engano em uma favela em Florianópolis, havia mudado há menos de uma semana para Santa Catarina para fugir da violência do Rio Grande do Sul.

Daniella voltava de uma festa, por volta das 2h da madrugada, com o marido, Felipe Augusto Soares, que dirigia uma Tucson. Eles usaram o aplicativo GPS para se localizarem, mas o caminho indicado dava em uma favela, como informa o G1.

“Toda família se mudou para lá, a irmã dela, sobrinho, a nossa afilhada, pai e mãe dela para fugir dessa violência que assola o nosso estado, considerando que Santa Catarina tem uma das capitais com o menor índice de criminalidade. Quatro dias depois, minha esposa voltou dentro de um caixão”, contou o marido da vítima.

O marido disse aos policiais que Daniella chegou a comentar que viu dois homens com bebidas nas mãos e um com uma pistola. Ao dar a volta no carro que dirigia, Felipe ouviu o barulho de um tiro e Daniela caiu sobre o colo dele.

“Meu cunhado saiu e colocou o aplicativo. Eu não vi. Pensei que ele iria mais adiante para fazer o contorno. Fiz o retorno com o meu carro e voltei pelo mesmo trajeto pelo qual tinha vindo. Na metade do caminho, foram nos avisar que tinha dado um problema. Quando chegamos lá, minha cunhada tinha sido baleada”, conta Rodrigo Fernandes, que é casado com a irmã de Daniela.

Investigação
A Polícia Civil está investigando o caso e disse que já tem suspeitos do crime. O tenente coronel, Sinval da Silveira Junior, afirma que a comunidade em que Daniella foi assassinada “é formada por bolsões de vulnerabilidade social, dominados pelo tráfico”.

O delegado de homicídios responsável pelo caso, Enio Matos, afirmou que o crime trás uma mensagem para demonstrar liderança de território. “Os moradores não costumam falar, temem represálias de traficantes, mas sabemos que entre as intenções dos criminosos ao atirar no carro tenha sido dizer que mandam no lugar. Ainda há muito trabalho pela frente”, comentou ele.

Daniella era casada há nove meses e planejava ter filhos em breve. A mulher foi enterrada no fim da manhã desta segunda em São Leopoldo (RS).

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