Mulher morre com suspeita de Covid-19: “Pobre sofre”, diz filha
Maria Aparecida da Paixão Freitas, de 59 anos, foi enterrada nesse domingo. Família reclama de negligência no atendimento
atualizado
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A autônoma Maria Aparecida da Paixão Freitas, de 59 anos, foi enterrada nesse domingo (29/03), de caixão lacrado, com suspeita de coronavírus. Filha da vítima, Daniele Freitas queixou-se de “negligência no atendimento”.
“Na terça-feira passada (24/03), ela estava resfriada e a levei para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Rocha Miranda (RJ). Lá, um exame acusou que a diabetes estava alta e ela foi medicada só para baixar os níveis. Em nenhum momento, o médico fez qualquer outro exame nela e a liberou para casa”, relata Daniele. A reportagem é da revista Exame.
“Sinto que gente que é pobre sofre muito, mas o rico não. O rico com dinheiro consegue tudo rápido, atendimento, faz tudo que precisam. Já o pobre sofre para ter qualquer atendimento. O pobre não pode ficar doente, não tem nem o direito de levar os pais para o hospital particular, porque não tem dinheiro, não tem plano de saúde. Essa é a minha indignação. Eu perdi minha mãe e ninguém vai trazê-la de volta”, desabafou a filha da vítima.
A Secretaria estadual de Saúde (SES) ainda não respondeu se a morte de Maria Aparecida Freitas é investigada por suspeita de coronavírus e nem comentou sobre o atendimento dado à paciente na PAM de Irajá, na Zona Norte do Rio.
Responsável pela UPA de Rocha Miranda, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também não se posicionou ainda a respeito do atendimento designado para a autônoma nas duas vezes em que ela esteve lá, no caso, em apenas quatro dias até o óbito.