O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para investigar a tentativa de assassinato contra o líder indígena do povo Ashaninka Benki Piyãko por um policial civil à paisana, no Acre.
Segundo a denúncia, o policial civil José Francisco Bezerra de Menezes apareceu no aniversário da liderança indígena, no dia 25 de fevereiro, e encostou uma arma de fogo no abdômen de Benki. Embriagado, o agente foi contido pelos convidados da festa que acontecia no Centro Yorenka Tasorentsi.
O procurador responsável pelo caso determinou que a Polícia Civil seja oficiada para informar se existe algum processo administrativo disciplinar instaurado para apurar a possíveis responsabilidades do policial civil José Francisco Bezerra.
A Coordenação Regional do Juruá, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), também deverá informar ao MPF a existência de procedimentos para garantir a segurança do povo Ashaninka.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSol) prestou solidariedade ao líder indígena ameaçado.
A violência aos nossos povos vem de todos os lados. Toda a nossa solidariedade ao Benki Piyãko, que viveu um episódio violento em sua comemoração de aniversário. Um policial civil à paisana armado no local gerando medo e insegurança. Violência não!
— Célia Xakriabá (@celiaxakriaba) March 2, 2023
Reconhecido nacional e internacionalmente, Benki Piyãko foi convidado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para compor as equipes técnicas da transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), e Jorge Viana (PT).
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil do Acre sobre a conduta do agente e possíveis punições, mas não obteve resposta.