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MP: vulnerabilidade no Largo do Paiçandu pode afastar crianças de pais

Ex-moradores do prédio Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1º de maio, se recusam a sair de acampamento próximo ao local do desastre

atualizado

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MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Bombeiros trabalham nos destroços do edifício que desabou no centro de SP
1 de 1 Bombeiros trabalham nos destroços do edifício que desabou no centro de SP - Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) orientou o Conselho Tutelar da Sé a buscar informações sobre a situação de vulnerabilidade na qual estão expostas crianças e adolescentes cujas famílias seguem acampadas no Largo do Paiçandu, no centro da capital paulista. O grupo é formado por ex-moradores do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após incêndio em 1º de maio.

Desde então, as famílias ocuparam o entorno da Igreja Nossa Senhora do Rosário, situada próximo ao prédio que caiu. Segundo a prefeitura, os integrantes do acampamento se recusam a deixar o local. O MPSP diz que a situação, caso seja configurado o risco, pode fazer com que as crianças sejam afastadas do convívio dos pais.

Ofício recebido na terça-feira (15/5) pela Secretaria de Direitos Humanos detalhou a orientação do promotor Luís Gustavo Castoldi ao Conselho Tutelar da Sé.

Primeiro, ele diz que os pais devem ser informados sobre os deveres em relação aos mais novos. “A insistência de permanecerem em situação de extrema vulnerabilidade na companhia de menores, mesmo diante da atuação do poder público em lhes fornecer condições ou abrigos, expondo aqueles a essas situações, pode implicar risco e eventual acolhimento institucional dos infantes, afastando-os do convívio com os pais ou responsáveis”, escreveu, em ofício de duas páginas.

Famílias que moravam na ocupação destruída pelo incêndio instalaram-se no Largo do Paiçandu, onde, nos primeiros dias, receberam assistência e doações de alimentos e roupas. A prefeitura diz ter insistido sobre o deslocamento deles para abrigos públicos, mas a maioria não aceitou.

As famílias não dão motivo claro para permanecer no local. Alguns falam da importância de todo o grupo permanecer junto, outros citam a necessidade de acompanhar as buscas por parentes e amigos, que foram encerradas nesta semana. Outra parte cobra uma transferência para hotel em vez de abrigos.

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